WASHINGTON DC, Jan 20, 2005 / 15:33 pm
Harold Tittmann Jr, um importante diplomáta dos Estados Unidos que serviu o governo durante o tempo de Pio XII, revelou em um livro póstumo que espera a beatificação do falecido Pontífice.
“Nem por um momento passei por cima seus grandes dotes espirituais”, escreve Tittmann do Santo Padre e acrescenta que “perto ou longe dele, a gente sempre era consciente delas... muito possivelmente no futuro seja declarado santo.”
Desde 1940 até 1946, Tittmann trabalhou com Myron Taylor, que foi embaixador dos Estados Unidos na Santa Sé durante o governo de Franklin Roosevelt.
O livro oferece informação de primeira mão e evidências suficientes para provar que as acusações contra o Pontífice sobre seu pró-nazismo, são todas infundadas. Leva por título “Inside theVatican of Pius XII: The Memoir of an American Diplomat During World War II” (Dentro do Vaticano de Pio XII: Memórias de um diplomata americano durante a Segunda guerra mundial).
O texto é comentado na revista First Things (Primeiras Coisas) por William Duno Jr. e Joseph Bottum, para quem “estas memórias devem ser o documento mais importante que tenha sido publicado nos últimos vinte anos. Longe de ser uma acusação, constituem uma tremenda defesa do Papa Pio XII e da Igreja Católica.”
O livro de 224 páginas revela que as ações do Papa Pio XII durante a guerra foram influenciadas pela resistência anti-nazista, que lhe solicitou especificamente não fazer nenhuma declaração pública de condenação aos nazistas, por temor a gerar mais violência contra os judeus.
Por exemplo, pouco antes de iniciar a Segunda guerra mundial, a Rádio Vaticano condenou os crimes nazistas perpetrados contra os católicos e judeus na Polônia; entretanto “os bispos poloneses informaram ao Vaticano que logo depois de cada emissão, setores da população sofriam terríveis represálias. Como resultado destes acontecimentos, o Papa ordenou que as denúncias contra os nazistas deixassem de ser propaladas”.
“Pessoalmente, não posso ajudar mas descubro que o Santo Padre escolheu o melhor caminho ao calar e com isso salvou muitas vidas”, escreve Tittmann e lança uma pergunta: “Quem sabe o que teriam feito os nazistas se tivessem escutado as denúncias públicas provenientes da Santa Sé?
Durante a guerra, Tittmann foi testemunha de exceção da rede vaticano que ajudava os judeus perseguidos e pôde ver como Pio XII ajudava com o dinheiro que tinha em uma conta nos Estados Unidos.
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