MÉXICO, May 13, 2004 / 20:19 pm
A Conferência Episcopal Mexicana explicou em um comunicado que não se pode permitir a clonagem reprodutiva nem terapêutica porque estes procedimentos instrumentalizam e coisificam ao ser humano, atropelando sua identidade.
“É reprovável criar seres humanos como ‘cópia’ de outros (clonagem reprodutiva), destruindo o sentido de paternidade, filiação e consanguinidade; a clonagem reprodutiva foi mundialmente rechaçada. É reprovável também a criação de seres humanos como ‘depósito de reposição’, (clonagem terapêutica), ainda que esteja a serviço de outros seres humanos doentes, já que isso constitui uma instrumentalização e coisificação da pessoa humana”, precisaram os bispos.
O Episcopado publicou uma declaração sobre a criação do Instituto Nacional de Medicina Genômica (INMEGEN) e esclareceu que nunca se opôs às pesquisas que buscam “melhorar a saúde e a vida dos mexicanos”.
Os bispos esclareceram que o problema radica na lei de criação que surpreendetemente “eliminou uma cláusula que proibia a clonagem, chamada também transplante nuclear ou transferência nuclear, e a utilização de células- tronco provenientes de embriões vivos”.
Episcopado assegurou que toda pesquisa científica “deve ser guiada por sólidos princípios morais” como “o respeito aos direitos humanos, dos quais o primeiro e fundamental é o direito à vida e o respeito à dignidade e integridade de cada pessoa humana desde sua concepção até sua morte natural”.
“Esta dignidade inalienável exige de maneira direta abster-se de toda forma de clonagem humana, a qual constitui uma violação da identidade da pessoa tanto no nível como psicológico”, precisaram.
Os bispos lembraram que as leis mexicanas “proibem a manipulação dos indivíduos humanos e aceitam que o embrião é sujeito de direitos desde o momento de sua concepção”.
Além disso, lamentam que “no debate das Câmaras de Senadores e Deputados, tenha prevalecido um enfoque político partidarista acima do bem precioso da vida humana e, portanto, da sociedade”.
O Episcopado esclareceu que sua postura “não provém exclusivamente de uma visão de fé religiosa, mas que se sustenta também em uma estrita reflexão racional. Para aproveitar os avanços da ciência é indispensável ser iluminados por critérios que respeitem e promovam a dignidade de cada ser humano desde o início de sua existência”.
Também recordaram o direito e obrigação moral dos católicos de “opor-se a participar de qualquer pesquisa que não respeite estes princípios morais. Em concreto devem interpor objeção de consciência, para não participar, nem colaborar, sequer indiretamente, em pesquisas com células tronco humanas provenientes de embriões vivos ou obtidas mediante transplante nuclear”.
“Recordamos que para a pesquisa de diversas terapias com células tronco fica aberta a possibilidade lícita desde o ponto de vista ético, de isolá-las de tecidos e órgãos adultos, como é o cordão umbilical, a medula óssea e a placenta. Por esta via ficam abertar muitas possibilidades como é a criação de bancos de cordões umbilicais”, acrescentaram.
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