BUENOS AIRES, Jan 31, 2005 / 14:39 pm
O Arcebispo de Buenos Aires e Primado da Argentina, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, presidiu neste domingo uma Missa na catedral metropolitana ao completar um mês do incêndio de uma discoteca portenha que cobrou mais de 190 mortos.
Em um marco altamente emotivo, com a assistência de centenas de parentes das vítimas e de vários sobreviventes o Cardeal pediu “que nossa oração seja escutada para o descanso eterno de tantas vidas jovens arrancadas pela irresponsabilidade”.
Em sua homilia, o Cardeal Bergoglio pediu a Deus “justiça; que seu povo humilde não seja burlado por nenhuma astúcia mundana; que sua mão poderosa ponha as coisas em seu lugar e faça justiça. A chaga é dolorosa. Ninguém tem o direito de fazer experiências com crianças e com os jovens. São a esperança de um povo e devemos cuidar deles com decisão responsável”.
Em seguida expressou seu desejo de que “nossa oração sacuda e desperte a esta, nossa cidade doída, para que não ponha sua esperança nos capitalistas, mas sim no Senhor e entenda que com as crianças e os jovens não se brinca”.
O Primado argentino destacou que “nossa dor, há um mês, é muito grande; uma dor que não pode se expressar com palavras; uma dor que agrediu a nossa cidade, que afetou lares inteiros. Devemos encontrar refúgio no nome do Senhor. Pedimos sua carícia amorosa de Pai”.
“Que nossa oração -seguiu o Cardeal- siga fortalecendo a tantos homens e mulheres que se esforçaram nesta calamidade: enfermeiras, enfermeiros, voluntários, bombeiros. Pedimo-lhe que nos vejam muito, porque queremos continuar caminhando e queremos seguir lutando”.
Conforme descreve a Agência AICA, centenas de familiares e amigos das vítimas do trágico incêndio lotaram a Catedral. Levavam fotografias de seus seres queridos que faleceram naquela trágica noite. Sem poder conter as lágrimas pela dolorosa lembrança, participaram da missa que concelebraram os bispos auxiliares de Buenos Aires, Dom Joaquin Sucunza, Dom Horácio Benites Astoul, Jorge Lozano, José Gentico, Mario Poli e Eduardo García, e trinta sacerdotes do clero portenho.
Antes da celebração, repartiu-se entre os presentes um folheto com a imagem da Virgem de Luján e os nomes de todos os mortos na tragédia, a quem se nomeou um por um, para pedir que “suas almas e as de todos os fiéis defuntos descansem em paz”.
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