Uberaba, Sep 8, 2010 / 14:49 pm
Dom Aloísio Roque Oppermann, scj , Arcebispo de Uberaba (MG) em um recente artigo refuta as teses do célebre escritor Stephen Hawking nas quais o autor britânico não questiona a existência de Deus, mas sim sua iniciativa em relação à criação. Para Hawkings o Big Bang foi um evento espontâneo sem a intervenção divina. Diante desta posição, o Arcebispo afirma que “Nada aparece por si. O único Ser não oriundo de outro é Deus. Isso porque Ele é necessário”. Abaixo reproduzimos na íntegra o texto de Dom Aloísio:
«Reconheço a profundidade de conhecimentos de Física de Stephen Hawkins. Já por muitos anos esse cientista inglês tem chamado a atenção sobre si, pela originalidade de suas intuições. Não sei se ainda faz parte, mas já pertenceu à Academia de Ciências do Vaticano. Num livro anterior, de notável sabedoria, manifestou seu respeito para com o Criador, e se manifestou, de alguma forma, muito religioso. No último livro, no entanto, deixou na cabeça de seus fãs, sérias dúvidas. Não sobre a existência de Deus, que ele não questionou, mas sobre sua iniciativa na obra da criação. Infelizmente, não tenho o livro, mas apenas resumos. Estes costumam deixar traços das idéias de quem fez o resumo, e desfiguram o original.
Mas assim como se lê nas manchetes, o big bang não teria causa, segundo explicação de Hawking. Seria de uma geração espontânea incrível. A força do magnetismo universal – cuja origem não se discute – teria como conseqüência lógica a grande explosão. Ora, a sã Filosofia nos ensina que nenhum ser pode agir antes de existir. E tudo quanto existe deve ter um princípio causante. Nada aparece por si. O único Ser não oriundo de outro é Deus. Isso porque Ele é necessário. Por estar fora do tempo, sempre existiu. A matéria, seguramente não existe mais de 14 bilhões de anos.
Mas o Pai Criador precisa atuar, ter uma iniciativa, para o cosmos ser explicável. Foi um ato de sua vontade. Ele não precisou “acender nenhum pavio” para provocar a explosão inicial. No universo Ele não age diretamente, mas estabeleceu as leis, através das quais tudo deve funcionar. Ademais, o que a ciência não conseguiu até hoje vislumbrar, e pelas intuições da fé o sabemos, é que a criação é um ato de amor, e não obra do acaso. Além do mais, esse ato de amor é tão minucioso, que cada ser existente tem um espaço na mente divina. Especialmente o ser humano, “sua imagem e semelhança” (Gen 1,26), o ponto alto do cosmos. Em Cristo, o homem perfeito, o “homo sapiens” detém um afeto especial no Coração de Deus. “Que é o homem, para dele cuidardes com tanto carinho?” (Sl 8, 5)».
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