14 de novembro de 2024 Doar
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Vaticanista italiano: Bush trouxe de “presente” uma aliança entre evangélicos e católicos nos EUA

Nesta segunda-feira, o vaticanista do semanário italiano Sandro Magister publica uma análise sobre o  “realinhamento” das forças religiosas nos Estados Unidos e indica que a visita do Presidente norte-americano George W. Bush ao Papa João Paulo II chegou com um “presente”: uma aliança entre católicos e evangélicos em temas como a defesa da vida e a família.

Segundo Magister, “está em fase avanzada uma aproximação mais relevante, entre os católicos norte-americanos e seus mais inflamados rivais religiosos: os protestantes evangélicos.” “Esta aproximação –acrescenta – é uma  novidade absoluta na história dos Estados Unidos. E consolidou-se precisamente com a presidência de Bush”.

Magister indica que um sinal deste processo é a reunião realizada uma semana antes do encontro de Bush com o Papa, entre líderes religiosos e o Presidente, organizada pela revista  “Christianity Today”, do líder evangélico Billy Graham. “Entre eles haviam dois católicos de grande peso: o diretor  de “Crisis”, Deal Hudson,  e o diretor de “First Things”, padre Richard John Neuhaus.

A entrevista durou umas duas horas e, segundo Magister, da resposta de Bush “se concluía que ele tem uma visão das coisas simples e coerente, de forte estampagem religiosa”.

Magister lembra que Neuhaus, líder da controvertida corrente denominada “neoconservadora”, foi o inspirador, há uma década, da aproximação evangélico-católica em torno a temas de defesa da vida e a família, assim como da liberdade  religiosa, de um documento conjunto intitulado inequivocamente “Evangelicals and Catholics together” (“Evangélicos e Católicos Unidos”).

“No caminho, os evangélicos se encontraram e se aliaram aos neoconservadores, com judeus como Michael Horowitz, grande defensor dos cristãos  perseguidos no mundo, com os católicos. Ou melhor dito, com uma corrente do catolicismo inicialmente minoritária”, indica Magister, referindo-se ao grupo que representam Neuhaus e Hudson.

O vaticanista italiano lembra também que o Papa deixou de ser o  “anticristo” para uma quantidade importante de evangélicos norte-americanos: uma recente pesquisa revela que João Paulo II  obteve o primeiro lugar em popularidade entre eles,  acima dos históricos líderes evangélicos Pat Robertson e Jerry Falwell.

Magister indica algo ainda mais significativo: no jornal italiano Corriere della Sera”,  do dia 4 de junho, Luigi Accattoli, “o vaticanista que mais fielmente informa do sentir do palácio pontificio” escreve que o Papa prefere o evangélico Bush sobre o católico Kerry, abertamente favorável ao aborto e às uniões homossexuais.

A coluna de Magister, disponível somente em inglês e italiano, pode ser lida em:

www.chiesa.espressonline.it

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