Obra mestra do homem é cada ato de amor autêntico, diz o Papa Bento XVI

Vaticano, Oct 4, 2010 / 14:01 pm

Ao finalizar um concerto de música clássica este fim de semana na Sala Paulo VI no Vaticano, o Papa Bento XVI assinalou que "a obra de arte mais bela, a obra mestra do ser humano é cada ato de amor autêntico".

O evento foi realizado pelo Ente de energia elétrica da Itália (ENI) e nele se tocou a Sinfonia número 94 em sol maior "A surpresa" de Franz Joseph Haydn; Cecilia, Virgem romana, de Arvo Pärt e a Fantasia coral em Dó menor Opus 80 de Beethoven, interpretadas pela Orquestra e o Coro da Academia Nacional de Santa Cecília.

Ao final do ato, o Papa agradeceu a celebração do concerto ao ENI, que financia as atuais obra de restauração das laterais da basílica vaticana e disse sobre as peças musicais que "a combinação deste trabalho sobre Santa Cecília com as obras do Haydn e Beethoven oferece um contraste significativo que convida à reflexão".

"O texto do martírio da Santa e o estilo particular que o interpreta em chave musical, parecem representar o lugar e o papel da fé no universo: em meio das forças vitais da natureza que estão ao redor do ser humano e também dentro dele, a fé é uma força diferente, que responde a uma palavra profunda, ‘saída do silêncio’, como diria São Inácio de Antioquia", explicou.

"A palavra da fé necessita um grande silêncio interior, para escutar e obedecer uma voz que está além do visível e tangível. Esta voz fala através dos fenômenos da natureza, porque é o poder que criou e governa o universo; mas para reconhecê-la é necessário um coração humilde e obediente, como também nos ensina a Santa que comemoramos hoje: Santa Teresa do Menino Jesus", disse o Papa.

Bento XVI assinalou logo que "a fé segue esta voz profunda onde a arte por si só não pode chegar: segue-a no caminho do testemunho, do oferecimento de si mesmo por amor, como Cecília o fez ".

Por isso, concluiu, "a obra de arte mais bela, a obra mestra do ser humano é cada ato de amor autêntico, desde o menor –no martírio diário– até o sacrifício supremo. Aqui a vida mesma se converte em canto: uma antecipação daquela sinfonia que cantaremos juntos no paraíso".