23 de novembro de 2024 Doar
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Não fica nem aprovado nem aconselhado o uso do preservativo, afirmou o Cardeal Scherer

Ontem, 24,pela manhã, o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, afirmou em entrevista coletiva concedida na Cúria Metropolitana que “não houve mudança da posição do Papa ou da Igreja em relação à questão do uso do preservativo”.  Dom Odilo ressaltou que o Papa não disse nada de novo, mas apenas retomou aquilo que por vezes estava esquecido em relação ao uso do preservativo. “O problema não é usar ou não o preservativo, mas a questão verdadeiramente é a humanização da sexualidade e a atitude correta em relação à sexualidade”, afirmou o cardeal.

Em nota publicada na página oficial da Arquidiocese da capital paulista, o purpurado explicou que quando o Papa se refere ao caso de pessoas prostituídas usarem o preservativo para evitar que outras pessoas possam ser contaminadas pelo vírus que elas têm, significa que essas pessoas estão dando "um primeiro passo de responsabilidade moral em relação a outras".
"Mas com isso, não fica nem aprovado, nem aconselhado o uso do preservativo”, pontuou.

O cardeal mostrou o livro aos jornalistas e leu o trecho em que o entrevistador faz uma questão ao pontífice referente à sua visita à África, em 2009, em que ele afirmou que, nesse continente, a doutrina tradicional da Igreja se revelou o único modo seguro para frear a difusão do vírus HIV. Ao responder, Bento XVI ressaltou que, do ponto de vista jornalístico, a visita “ficou obscurecida” por causa de uma única afirmação. Ele também destacou que “a Igreja é a única instituição que atua concretamente, na prevenção, na ajuda, no aconselhamento e no fato de estar ao lado das pessoas doentes”.

No livro, o Papa também destacou que, no âmbito secular, se desenvolveu a chamada “teoria ABC” (traduzindo: abstinência, fidelidade e preservativo), em que o profilático (meio de impedir o contágio) é considerado somente como uma alternativa, quando faltam os outros dois elementos. Sobre isso, Dom Odilo explicou que quando o Papa cita a “teoria ABC”, não a assume como parte da moral católica, “mas chama a atenção para o fato de que até no mundo laico já não se fala simplesmente do uso do preservativo”.
 
O cardeal Scherer também destacou que, desde o surgimento da epidemia de AIDS, a Igreja sempre se manifestou e, sobretudo, pela sua ação concreta. “A Igreja Católica convida a todos para um comportamento sexual responsável e para a humanização da sexualidade. Se colocarmos muito destaque no preservativo, esquecemos o que é muito mais grave”, completou.

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