Representante vaticano se reúne com embaixatriz do Egito após de ser chamada ao seu país para consultas

Vaticano, Jan 12, 2011 / 10:57 am

O Secretário para as Relações com os Estados do Vaticano, Dom Dominique Mamberti, reuniu-se esta tarde com a Embaixatriz do Egito, Lamia Aly Hamada Mekhemar, e expressou que a Santa Sé compartilha com este governo árabe sua preocupação por "evitar a escalada de tensões por motivos religiosos no país".

A reunião ocorreu depois que o Papa Bento XVI insistiu aos governos dos países predominantemente muçulmanos que façam mais para proteger as minorias cristãs que residem neles.

Ontem o Papa ofereceu seu tradicional discurso anual ao Corpo Diplomático acreditado ante a Santa Sé e abordou o tema a liberdade religiosa. O Pontífice condenou o ataque contra a comunidade copta (cristã) em Alexandria e assinalou que agressões similares no Iraque e Nigéria demonstram que é necessário adotar medidas efetivas para proteger as minorias religiosas.

Diante destas afirmações, "o Egito pediu ao seu embaixador ante o Vaticano que venha ao Cairo para consultas depois das novas declarações do Vaticano sobre assuntos egípcios que o Egito considera constituem uma interferência inaceitável em seus assuntos internos", informou em uma declaração remetida à Reuters o porta-voz do Ministério de Exteriores egípcio, Hossam Zaki.

Sobre a reunião entre os diplomatas do Egito e a Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, assinalou em uma declaração esta tarde que a embaixatriz egípcia "fez presente a preocupação de seu governo no difícil momento atual".

Do mesmo modo, a embaixatriz "pôde receber informações e recolher elementos úteis para referir-se adequadamente às recentes intervenções do Santo Padre, em particular sobre a liberdade religiosa e o amparo dos cristãos no Meio Oriente".

"Sublinhando que a Santa Sé participa da emoção do povo egípcio inteiro, golpeado pelo atentado de Alexandria, Sua Excelência Dom Mamberti assegurou que Ela compartilha plenamente a preocupação do Governo de 'evitar a escalada do desencontro e as tensões por motivos religiosos' e aprecia os esforços que faz em tal direção", conclui a declaração.