ROMA, Jan 20, 2011 / 11:17 am
O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, pediu cautela àqueles que já falam de um possível segundo milagre que serviria para a canonização de João Paulo II. Sem confirmar a veracidade destas versões, ele disse que "só ao final, quando a investigação seja concluída, será conveniente falar disto".
Em uma entrevista concedida no dia 15 de janeiro ao jornal vaticano L'Osservatore Romano, o Cardeal Amato explicou que recomendou-se ao Mons. Slawomir Oder, postulador da causa de Beatificação e Canonização de João Paulo II, que "o novo milagre não produza a mesma exposição mediática que aquela produzida sobre o milagre de beatificação".
"Deve-se evitar que os médicos e peritos sejam expostos a qualquer tipo de condicionamento", explicou.
O Cardeal Amato se referiu à cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre, validada como milagre atribuído à intercessão de João Paulo II e que permitirá sua beatificação no próximo 1º de maio.
A religiosa Marie sofria Parkinson, a mesma enfermidade que João Paulo II padecia.
"Quando faleceu João Paulo II, a irmã Marie estava muito impactada vendo que ele tinha morrido devido à mesma enfermidade. E pensou que possivelmente, o defunto Papa poderia ajudá-la conhecendo a gravidade deste mau", indicou.
O Cardeal recordou que o mais chamava sua atenção sobre João Paulo II, "era sua capacidade de escutar".
Sobre o caminho à canonização, seguinte passo na causa de João Paulo II, o Cardeal Amato explicou que esta só será realizada se houver "esta companhia por parte dos fiéis, a fama de santidade. Em outras palavras, o povo recorre ao servo de Deus para ter a graça" e recordou que tudo exige uma boa verificação "porque a pressa não traz bons frutos".
O purpurado esclareceu que "a velocidade da causa (de João Paulo II) não comprometeu a precisão do procedimento" e o reconhecimento do milagre "veio de maneira linear, segundo as etapas e a dinâmica destes procedimentos. Com o assessoramento de especialistas e de cientistas da consulta médica", sem a intervenção da Congregação para as Causas dos Santos.
O Cardeal assegurou que "a postulação tem feito um bom trabalho", considerando que "o trabalho do postulador é extremamente sério e deve ser feito de um modo preciso".
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