VATICANO, Mar 10, 2011 / 13:45 pm
Ao presidir ontem a Missa de quarta-feira de Cinzas com a qual teve início a Quaresma, o Papa Bento XVI assinalou que este tempo litúrgico costuma "receber a conotação de tristeza", mas na verdade é um dom precioso de Deus, é tempo forte e denso de signifcados no caminho da Igreja, é o itinerário em direção à Páscoa do Senhor”
Na Eucaristia que presidiu ontem na Basílica de Santa Sabina, onde chegou logo de uma procissão penitencial desde a Igreja de São Anselmo, o Papa disse que com o rito da imposição das cinzas se assume "o empenho e converter o nosso coração em direção aos horizontes da graça".
"Não se trata de uma conversão superficial e transitória, mas de um itinerário espiritual relacionado em profundidade às atitudes da consciência e supõe o sincero propósito de rever-se", disse o Papa Bento.
A conversão à qual todo fiel está chamado, prosseguiu Bento XVI, "E esta conversão é possível porque Deus é rico em misericórdia e grande no amor. A sua misericórdia regeneradora, que cria em nós um coração puro, renova no íntimo um espírito perseverante, restituindo-nos a alegria da salvação".
"Deus, de fato, não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva", afirmou.
“Ele nos oferece ainda o seu perdão, convidando-nos a voltar a Ele a fim que nos dê um coração novo, purificado do mal que o oprime, de modo que possamos participar da sua alegria. O nosso mundo tem necessidade de ser convertido por Deus, tem necessidade do seu perdão, do seu perdão, do seu amor, tem necessidade de um coração novo", sublinhou o Pontífice.
O Papa se referiu logo ao chamado do Apóstolo São Paulo na Carta aos Coríntios para "deixar-se reconciliar com Deus". É uma exortação a "a abrir-se à graça, a deixar que Deus nos converta: “Porque somos seus colaboradores, - escreve - vos exortamos a não acolher em vão a graça de Deus".
"Este esforço de conversão não é somente uma obra humana. É o dinamismo do coração contrito, atraído e movido pela graça a responder ao amor misericordioso de Deus que nos amou primeiro".
O Papa ofereceu logo uma recomendação para viver bem a Quaresma: "oferecer o testemunho da fé vivida em um mundo em dificuldade que tem necessidade de retornar a Deus, que tem necessidade de conversão".
Sobre a esmola, a oração e o jejum próprios deste tempo, o Santo Padre disse que "ao repropor estas prescrições, o Senhor Jesus não nos pede um respeito formal a uma lei exterior ao homem, imposta por um legislador severo com um fardo pesado, mas convida a redescobrir estas três obras de piedade, vivendo-as de modo mais profundo, não por amor próprio, mas por amor de Deus, como meios no caminho de conversão a Ele".
A Quaresma "é um tempo propício que nos é doado para esperar, com maior empenho, a nossa conversão, para intensificar a escuta da Palavra de Deus, a oração e a penitência, abrindo o coração a dócil acolhida da vontade divina para uma prática mais generosa da mortificação, graças a qual andaremos mais largamente em direção ao próximo necessitado: um itinerário espiritual que nos prepara a reviver o Mistério Pascal.".
Finalmente o Papa fez votos para que "Maria, nossa guia no caminho quaresmal, nos conduza a um conhecimento sempre mais profundo de Cristo morto e ressuscitado, nos ajude na batalha espiritual contra o pecado e nos apóie para clamarmos em alta voz: "Converte-nos, ó Deus, nossa salvação!
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