HAVANA, Mar 17, 2011 / 12:21 pm
Uma reportagem da cadeia inglesa BBC evidenciou os excessos aos que chega a prática do aborto despenalizado em Cuba, onde este procedimento se converteu em uma alternativa recorrente aos métodos anticoncepcionais e sua freqüência está causando sérios problemas de saúde às mulheres cubanas.
A reportagem publicada no último 10 de março, sustenta que "para a maioria das mulheres cubanas, a facilidade na hora de realizar um aborto é um direito ao qual não renunciam. Mas seu uso e abuso parecem estar fora de controle".
Em Cuba, explica a BBC, não existe uma lei de aborto "mas sua prática está despenalizada desde 1965. Até as dez semanas de gravidez não será preciso dar nenhuma razão para optar por essa alternativa" de maneira gratuita em qualquer hospital público.
A Pesquisa Nacional de Fecundidade realizada 2009 pelo Escritório Nacional de Estatística (ONE), sustenta que "a alta prevalência destes eventos em Cuba levou especialistas a afirmarem que os cubanos na atualidade estão utilizando estes procedimentos como métodos anticoncepcionais, quer dizer, como alternativa ao não uso -ou ao uso incorreto- dos diferentes métodos".
Os especialistas consultados pela cadeia inglesa sustentam que as altas cifras de aborto mostram que as mulheres não conhecem os riscos deste procedimento para sua saúde.
Inclusive, o presidente da Sociedade Científica Cubana para o Desenvolvimento da Família (SOCUDEF), filial da transnacional abortista International Planned Parenthood Federation (IPPF), Miguel Sosa, admitiu à BBC que "Cuba considera o aborto como um problema de saúde e quer lutar para reduzi-lo".
"Em 2009, mais da metade dos casos de infertilidade em mulheres tinham como causa as seqüelas de um ou mais abortos, acrescenta Sosa" à BBC.
As cifras de aborto estão acompanhadas pelo envelhecimento da população cubana e cifras negativas de crescimento demográfico na ilha.
Yindra García se submeteu a nove abortos desde os 20 anos de idade, geralmente porque se "descuidou" no uso de métodos anticoncepcionais. Hoje tem 28 anos e decidiu pela primeira vez seguir com uma gravidez e ter o seu filho porque, afirma, "tinha medo de fazer outro aborto".
A reportagem da BBC destaca que as últimas cifras de aborto na ilha -que em 2009 chegaram a 84 687 procedimentos- mostram um número muito inferior em relação a 1986 quando praticou-se o dobro de abortos.
Entretanto, a BBC esclarece que desde 1989 Cuba começou a utilizar um tipo de aborto precoce sob o eufemismo de "regulação menstrual" e se realiza até as seis semanas de gravidez mediante a aspiração do útero. Estas "regulações" não são consideradas na taxa anual de abortos e não requerem do consentimento dos pais no caso de menores de 18 anos.
Para funcionários como Miriam Grant do Ministério de Saúde Pública, o país reduzirá os abortos se melhora a oferta de anticoncepcionais. O contraditório é que 77 por cento das mulheres em idade fértil -segundo as mesmas cifras oficiais de 2009- usa atualmente algum método anticoncepcional, o governo os oferece a preços muito baixos e realiza campanhas de educação sexual apoiadas nestes métodos desde a idade escolar.
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