23 de novembro de 2024 Doar
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Líderes de grupo Gay explicam sua postura frente aos ensinamentos da Igreja

Pe. Robert Coogan, fundador de São Elredo (na foto à direita)

Os dois dirigentes do grupo gay São Elredo da diocese de Saltillo (México), assinalaram em conversações com a agência ACI Prensa que se consideram plenamente católicos e contam com o apoio do Bispo desta diocese ao norte do México, Dom Raúl Vera; apesar de sustentar princípios que se encontram em contradição com os ensinamentos da Igreja.

A agência do grupo ACI em espanhol, a ACI Prensa entrou em contato com o P. Robert Coogan e Noé Ruiz Malacara, respectivamente Fundador e Coordenador do grupo LGTB, logo que estes publicaram no site da diocese de Saltillo dois comunicados criticando a notícia que a ACI Prensa publicou sobre a postura deste grupo e o apoio de Dom Vera a um "Foro da Diversidade", que promove o estilo de vida homossexual.

Durante a extensa conversação com ambos, que a ACI Prensa oferece em sua totalidade, Ruiz Malacara pediu que "vocês (ACI Prensa) pedissem uma desculpa e que mandassem uma desculpa por meio de seu site, porque não me parece justo isso, o fato de ter tirado notas de Internet e colocá-las em um contexto homofóbico".

Mais adiante, o Coordenador de São Elredo explicou o objetivo do grupo LGTB indicando que "nós estamos lutando por uma aceitação das pessoas para dignificar as pessoas, não estamos lutando para que na Igreja sejam mudados os preceitos nem sejam mudados os conceitos que são milenários e que sempre soubemos".

"Dom Raúl Vera -acrescentou- é uma das pessoas que apóiam a Comunidade, não pelo fato de ser uma comunidade gay nem porque vamos escandalizar nem nada disso, mas desde o ponto de vista humanístico, é um defensor de direitos humanos, e o que menos quer é que as pessoas sofram, e sofram discriminação e um dos setores que sofremos discriminação somos nós como homossexuais".

"Aqui na diocese de Saltillo, Dom Raúl nos tornou parte da mesma e nos apoiou com seus ensinamentos e também nos devorou as orelhas, ele também nos disse que há preceitos da Igreja que não podem ser mudados".

Sobre o Foro da Diversidade, o Coordenador do grupo São Elredo explicou que se trata de "um foro de informação para a comunidade em geral, cristãos ou não cristãos, católicos ou não católicos, para quem queira conhecer sobre o que faz a comunidade gay".

"O propósito deste tipo de palestras é que as pessoas saibam que entre duas mulheres, dois homens, podem criar um filho e vivem da maneira mais normal e mais comum. Existem pessoas cujos filhos são cuidados pela avó e a mãe e não por isso quer dizer que vão ser gays, mas dar-lhes um ponto de vista diferente ao que todo mundo tem a respeito da maternidade ou da paternidade. Não atentando contra a família e não atentando contra os princípios familiares, mas dar uma opção de que as famílias homoparentais são igual às famílias heterossexuais", assinala.

Em relação ao celibato nas relações homossexuais, o dirigente assinalou que "há muita gente que prefere o celibato, mas existem outras pessoas que querem exercer sua sexualidade... nós não podemos mandar na sua vida privada nem nada, nós o único que fazemos é aproximá-los de Deus".

Finalmente, quis deixar claro que "somos católicos, somos cristãos, acreditamos no Evangelho e somos parte de uma criação divina, Deus não se equivoca ao criar as pessoas e tampouco se equivocou ao nos criar-nos".

Fala o Pe. Coogan

O Pe. Coogan, por sua parte, explicou que os ensinamentos do Catecismo sobre a homossexualidade são corretos, mas que para trabalhar com as pessoas que têm atração por outras do mesmo sexo, "é necessário ir além do Catecismo". "Algo que as pessoas sempre querem é que a Comunidade São Elredo diga aos homossexuais que o ato homossexual sempre é pecado grave... As pessoas que nos atacam querem que digamos às pessoas homossexuais que não podemos ter relações. Sempre querem dizer-nos isso".

"Por exemplo -explica- se alguém tiver uma enfermidade e vai ao doutor, e o doutor diz à pessoa que não pode comer isso, não pode comer o outro, não pode comer, e te dá uma lista de coisas que não pode comer a pessoa, a pobre pessoa diz, pois, que vai morrer de fome. Então, um ensinamento negativo não é um ensinamento. Não se deve dizer a pessoas com esta orientação o que não devem fazer, e sim ajudar as pessoas a encontrarem onde construir sua vida. Como o médico que está proibindo um montão de mantimentos tem um dever de dar à pessoa um cardápio que pode seguir e um menu variado. Da mesma maneira a Igreja, como Igreja temos um dever de ampliar o ensinamento. Como pode uma pessoa com orientação para o mesmo sexo encontrar uma vida plena? E a única resposta que oferece o Catecismo é dizer-lhes que vivam o celibato e isso não é adequado".

O Pe. Coogan assinala logo que o ensinamento do Catecismo, portanto, "não é suficiente", porque "não está dirigida a estas pessoas, está dirigida ao mundo inteiro. Para as pessoas que vivem esta realidade, é preciso caminhar com elas, ajudando estas pessoas a sanarem a auto-estima danificada por um mundo intolerante".

Na entrevista o sacerdote reafirma que o grupo São Elredo se apóia na convicção de que a homossexualidade "é uma orientação permanente. Ou seja, começa em muito tenra idade e é permanente, como se escreve com a mão direita ou a mão esquerda, é algo inato na pessoa". Ele sustenta, ademais que esta afirmação é científica.

Sobre a pergunta se "os homossexuais são criados assim Por Deus", como afirma o escrito publicado na página Web da diocese de Saltillo como uma queixa contra a nota original da agência ACI Prensa, o Pe. Coogan insiste que a homossexualidade "não é uma maldição, é uma distinção, é parte da diversidade da criação de Deus. Você quer dizer a Deus que está equivocado em sua criação? quem está equivocado é uma sociedade que discrimina contra homossexuais, não ser homossexual mas discriminar contra homossexuais, esse é o pecado, como diz o Catecismo".

A homossexualidade "não é uma tendência, é uma orientação inata nas pessoas, isso é o que está dizendo a ciência. A Igreja até a data segue examinando a evidência que está promovendo a ciência e ainda não a abraçou, está bem, não há problema, mas ao atender as pessoas com esta orientação é preciso tomar uma postura e nós tomamos esta postura".

Em relação à responsabilidade moral das pessoas homossexuais que têm relações sexuais, o Pe. Coogan assinala que "culpabilidade moral, na tradição mais antiga da Igreja... está afetada pela liberdade da pessoa... se não houver liberdade não há culpabilidade, a criança que dispara uma pistola não tem culpabilidade, então se existem pessoas que estão sujeitos à ira da sociedade, que tanta liberdade eles têm? Se tiverem medo de dizer a seus pais sobre sua orientação, porque temem que seus pais vão expulsá-los de casa, que tanta liberdade eles têm em suas vidas?".

A Comunidade São Elredo, é "um lugar onde se recebe a estas pessoas... onde escapa da sociedade que sempre está disposta a criticar, sempre está disposta a atacar e poucas vezes está disposta a ajudar". "Como este artigo que vocês puseram (que) fomenta a animosidade contra estas pessoas, como você se defende? Você pode ser responsável ou o que escreveu este artigo pode ser responsável pelo fato que alguém bata em uma pessoa por sua orientação, como se defende isso? Dizendo que o Papa se esforçou por falar contra homossexuais? O Papa não o fez".

"Os homossexuais estão acostumados a escutar que estão mal, que a Igreja não os ama, que estão destinados ao inferno e outros ensinamentos de ódio, mas e o recolhimento? Alguém diz que são uma bênção para o mundo? O que Deus cria é uma bênção para o mundo, os homossexuais são uma bênção para o mundo, o mundo não pode existir sem homossexuais, não pode sobreviver. Deus em sua sabedoria criou a diversidade", acrescenta.

Na entrevista o sacerdote reitera seu apoio à legalização da união de pessoas do mesmo sexo, assim como à adoção de crianças por parte de casais homossexuais, assinalando que "é intolerância de parte da sociedade que faz que haja um preconceito contra a capacidade dos homossexuais de cuidarem das crianças".

Hoje em dia, precisa o sacerdote, "temos que perguntar-nos quais são os fins legítimos da orientação para o mesmo sexo, tem fins, por que existe? por que Deus o criou? E não temos um ensinamento nesta área ainda, vamos ter, há filósofos trabalhando nisso, mas não temos uma resposta ainda, quais são seus fins".

O ensinamento da Igreja sobre a Homossexualidade

A doutrina católica em relação à homossexualidade está resumida em três artigos do Catecismo da Igreja Católica; 2357, 2358 e 2359. Nestes artigos a Igreja ensina que:

Os homossexuais "Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta".

A homossexualidade, como tendência é "objetivamente desordenada", que "constitui, para a maior parte deles (os homossexuais), uma provação”.

Apoiada na Sagrada Escritura "a Tradição declarou sempre que "os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados", "não procedem de uma verdadeira complementaridade afetiva e sexual" e portanto "não podem receber aprovação em nenhum caso".

"As pessoas homossexuais são chamadas à castidade” e "pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã". 

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