21 de novembro de 2024 Doar
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A Igreja não intervém na política, esclarece Bispo ao Presidente do Equador

Rafael Correa, Presidente do Equador

O Bispo Emérito de Machala e Ex-presidente da Conferência Episcopal Equatoriana, Dom Néstor Herrera, defendeu o direito dos bispos de respirar a reflexão da cidadania ante a próxima consulta popular convocada pelo Presidente Rafael Correa para emendar a Constituição Política do país.

Em uma entrevista concedida ao jornal El Universo, o Bispo lamentou as iradas críticas que o mandatário lançou contra os prelados na sexta-feira 25 de março, quando os acusou de entrometer-se na política por ter publicado um dia antes a mensagem titulada "Fortalecer a Democracia" na que os pastores animam os equatorianos a aprofundarem nos argumentos a favor e contra as perguntas expostas na consulta popular.

Dom Herrera recordou que "a Igreja toma com serenidade todas as opiniões, porque somos respeitosos do parecer alheio. O que causa admiração é que se querem separar nos católicos o aspecto de cidadãos e crentes. As duas coisas vão de maneira conjunta. Quando os pastores têm que dar nosso ponto de vista nós fazemos como cidadãos católicos".

Do mesmo modo, considerou que Correa "deveria estar contente de que a Igreja peça aos cidadãos um voto reflexivo e responsável. Se tiver êxito a consulta ela vai dar maior força às reformas que se pretendem realizar".

Também esclareceu que "a Igreja não fará campanha nem a favor nem contra do Sim; nem a favor nem contra do Não. O que a Igreja emitiu é uma declaração aonde se faz certas considerações para que o voto seja reflexivo e responsável. O que vamos fazer é simplesmente socializar este comunicado nas paróquias sem tomar partido de nenhuma classe. Se o senhor presidente qualificar como ingerência, parece-me que não tem um fundamento".

O referendum constitucional e consulta popular do Equador de 2011 se desenvolvem no próximo dia 7 de maio. Trata-se de dois processos eleitorais que somam um total de dez perguntas para aprovar reformas sobre assuntos relativos ao sistema judicial, à segurança, ao meio ambiente, aos bancos e aos meios de comunicação.

Uma das propostas mais questionadas é a aprovação de uma lei de comunicação que permita criar um Conselho de Regulação que normatize a difusão de conteúdos na televisão, rádio e publicações de imprensa escrita.

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