Bispos da América pedem aos meios de comunicação que contribuam com a “humanização” da sociedade

BOGOTÁ, Feb 17, 2005 / 15:40 pm

Durante o encontro realizado na capital colombiana para preparar a celebração do 50º aniversário do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), os bispos de 24 conferências episcopais da América trataram o tema “Secularização da sociedade, a evangelização e os meios de comunicação”, e fizeram um chamado aos comunicadores para “contribuir ao desenvolvimento do ser humano e não a sua desumanização”.

Os prelados exortaram os meios de comunicação a que ponham em um lugar preferencial o valor da dignidade humana e reafirmaram que “os meios de comunicaçãoe a Igreja devem trabalhar juntos para tornar o mundo  um melhor lugar”.

O presidente da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), Dom. William S. Skylstad, explicou que os meios de comunicação devem se ocupar diariamente da busca da verdade, um princípio que, no caso de seu país, levou a que a guerra no Vietnã “se perdesse nos lares” pelo desamparo do público americano.

Do mesmo modo, o presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e Arcebispo de Santiago do Chile, Cardeal Francisco Javier Errázuriz, expressou que “nos preocupa muito a mídia e seu compromisso com a verdade”.

O Cardeal ressaltou que a falta de rigor é uma ameaça para os próprios  meios que têm “tanta responsabilidade social”. “Às vezes se confunde a ficção com a realidade”, acrescentou o Arcebispo.

Na declaração final do encontro, o Cardeal explicou que é tão profunda a influência dos meios no público, que quando o compromisso deles “com a verdade é defeituoso, então os julgamentos e a conduta da gente são igualmente defeituosos”.

“Muitas vezes é mais o que os meios favorecem por uma via indireta, que frontalmente”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente da Conferência de Bispos Católicos do Canadá (CECC) e Arcebispo de Saint John's Newfoundland, Dom. Brendan O'Brien, recordou que a objetividade nos meios “é um tema moral de grande importância” e acrescentou que para o público é melhor “se mostrarem as diferentes perspectivas de maneira objetiva”.