WASHINGTON DC, Jun 8, 2004 / 17:52 pm
A organização de vigilância dos direitos humanos Freedom House de Estados Unidos lançou um urgente chamado aos países do G8 –reunidos em Sea Island, Geórgia– para que tomem ações frente aos contínuos abusos contra o direito religioso na Arábia Saudita, concretamente na prisão de um cidadão católico índiano.
A organização, através do Centro para a Liberdade Religiosa, denunciou que Brian Savio O’Connor encontra-se capturado há seis meses pela polícia religiosa saudita. Durante este tempo, O’Connor foi agredido e torturado com cabos elétricos e ameaçado de morte para obrigá-lo a converter-se ao Islã.
Seus irmãos, Raymond e James, confirmaram ao jornal vaticano L’Osservatore Romano que Brian foi “torturado com a intenção de obrigá-lo a abdicar sua fé”. Atualmente está preso na prisião Olaya em Riyadh.
Segundo L’Osservatore Romano, a polícia saudita acusou O’Connor de tráfico de drogas e de anunciar o cristianismo, ambas acusações sob o risco de pena de morte.
Os irmãos do prisioneiro classificaram as acusações sobre o tráfico de drogas como forjadas, mas não negaram que Brian seja um fiel cristão. A Conferência de Bispos da Índia enviou uma carta oficial à Ambaixada da Arábia Saudita em Nova Delhi solicitando a libertação de O’Connor, mas sem receber resposta.
Freedom House também confirmou através da sede em Washington do Instituto Saudita sobre a prisão em 15 de março de 11 cidadãos sauditas, todos muçulmanos, que promoviam a tolerância e os direitos humanos. Quatro deles foram libertados dois dias depois, mas os outros sete permanecem na prisão Geral Intelligence en Riyadh. Entre os presos há professores universitários, um escritor e um advogado.
Segundo informações do Instituto Saudita, os ativistas foram presos por denunciar a falta de independência da Comissão Nacional Saudita para os Direitos Humanos, por assinar uma petição para criar uma organização independente para o direitos humanos e por participar ativamente durante os dois últimos anos em atividades pacíficas para pedir ao Governo ações para uma reforma política, democracia e o respeito pelos direitos humanos.
O diretor do Centro, Nina Shea, afirmou que “as riquezas do petróleo no reino Saudita não pode nos cegar diante dos contínuos abusos contra o direito religioso e os demais direitos. Não há nenhuma justificação para reter e torturar o cristãos e pacífico Brian O’Connor”.
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