18 de dezembro de 2024 Doar
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João Paulo II defendeu autêntica dignidade do ser humano: Missa de ação de graças pela beatificação

Ao presidir a Missa de ação de graças pela beatificação do Papa Wojtyla, o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, assinalou esta manhã que o Beato João Paulo defendeu sempre a dignidade de todo ser humano porque foi um verdadeiro homem de Deus.

Na Eucaristia celebrada às 10:30h. (hora local) na Praça de São Pedro perante centenas de milhares de fiéis, o Cardeal recordou que "o diálogo de amor entre Cristo e o ser humano caracterizou toda a vida de Karol Wojtyla".

"Todos recordamos que no dia do funeral houve um momento em que o vento fechou as páginas do Evangelho colocado no ataúde. Era como se o vento do Espírito queria marcar o final da aventura humana e espiritual de Karol Wojtyla, iluminada pelo Evangelho de Cristo".

"Com este Livro, descobria o plano de Deus para a humanidade, para sua pessoa, mas também aprendia como era Cristo, seu rosto, seu amor, que para Karol sempre foi uma chamada à responsabilidade".

Seguidamente o Cardeal destacou que João Paulo "era um homem de fé, um homem de Deus. Sua vida era uma oração constante, que abraçava com amor a todos os habitantes de nosso planeta, criados à imagem e semelhança de Deus, e por isso dignos do maior respeito; redimidos pela morte e ressurreição de Cristo, e por isso convertidos realmente em glória vivente de Deus".

"Graças à fé, que se expressava sobre tudo na oração, João Paulo foi um verdadeiro defensor da dignidade de todo ser humano e não um mero lutador por ideologias políticas e sociais".

"Mas sua oração também era uma constante intercessão por toda a família humana, pela Igreja, por cada comunidade de crentes em toda a terra. Não surgia daqui, –da oração, da oração vinculada a tantos fatos dolorosos próprios e alheios –, sua preocupação pela paz no mundo, pela convivência pacífica dos povos e as nações?"

Hoje, continuou o Cardeal Bertone, "damos as graças ao Senhor por ter-nos dado um Pastor como ele. Um Pastor que sabia ler os sinais da presença de Deus na história humana e anunciava depois suas grandes obras em todo mundo, em todas as línguas. Um Pastor que tinha enraizado dentro de si o sentido da missão, do compromisso da evangelização, de anunciar a Palavra de Deus em qualquer parte".

"Hoje damos graças ao Senhor por haver-nos dado uma Testemunha como ele, tão acreditável, tão transparente, que nos ensinou como devemos viver a fé e defender os valores cristãos, começando pela vida, sem complexos, sem medo; como devemos testemunhar a fé com valentia e coerência, testemunhando as Bem-aventuranças na experiência cotidiana".

O Secretário de estado alentou logo a dar graças a Deus por "ter-nos dado um Papa que soube dar à Igreja Católica não só uma projeção universal e uma autoridade moral universal nunca antes conhecidas, mas também, especialmente com a celebração do Grande Jubileu do ano 2000, uma visão mais espiritual, mais bíblica, mais centrada na palavra de Deus".

"Um Igreja que soube renovar-se, impulsionar uma ‘nova evangelização’, intensificar os laços ecumênicos e interreligiosos, e também encontrar as vias de um diálogo frutífero com as novas gerações".

O Cardeal exortou também a agradecer ao Senhor "por dar-nos um santo como ele. Era um homem verdadeiro, porque estava inseparavelmente unido Àquele que é a Verdade. A sua era uma santidade vivida, sobre tudo nos últimos meses, nas últimas semanas, em plena fidelidade à missão que lhe foi confiada, até a morte".

"Sabia que sua debilidade corporal mostrava ainda mais claramente o Cristo que obra na história. E oferecendo seus sofrimentos a Ele e à sua Igreja deu a todos uma última e grande lição de humanidade e de abandono nos braços de Deus".

Finalmente o Secretário de estado convidou a cantar "um hino de glória ao Senhor pelo dom deste grande Papa: um homem de fé e oração, pastor e testemunha, guia na transição entre dois milênios" e agradeceu ao Papa Bento XVI "por ter querido elevar à glória dos altares seu grande predecessor".

A Eucaristia foi animada pelo Coro da diocese de Roma, com a participação do Coro Unido Polonês de Varsóvia e a Orquestra Sinfônica da Rádio Polonesa de Katowice.

A preparação começou às 9:30 a.m. com a leitura de poemas do Beato João Paulo, intercaladas com peças interpretadas pela orquestra e o coro. Antes da Santa Missa, o Cardeal Stanislaw Dziwisz, Arcebispo de Cracóvia, dirigiu umas palavras aos presentes.

No momento do ofertório seis pessoas apresentaram aos celebrantes um selo realizado pela agência de correios polonesa e o escritório de correio vaticano, um baixo-relevo da Associação da Misericórdia e um retrato do Beato João Paulo realizado pela Prefeitura de Zakopane.

O Vatican Information Service informou ademais que mais de 250 000 fiéis foram ontem à Basílica Vaticana para rezar ante os restos do novo beato. A Basílica permaneceu aberta até  as 3:00h desta madrugada e voltou a abrir ao final da missa desta manhã.

Às 17:30h de hoje se reza o último Terço diante do féretro de João Paulo. Posteriormente se fechará a basílica e esta noite, com uma cerimônia privada, o féretro será colocado na Capela de São Sebastião, que se encontra ao lado da imagem da Piedade na Basílica de São Pedro.

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