24 de dezembro de 2024 Doar
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Cristãos devem ser cidadãos e não "estrangeiros" no Oriente Médio, afirma o Papa

Ao receber este meio-dia (hora local) os participantes na assembléia anual da ROACO (Reunião das Obras para Ajuda às Igrejas Orientais), o Papa Bento XVI assinalou que os cristãos no Oriente Médio devem ser tratados como cidadãos e não como "estrangeiros".

Em seu discurso o Santo Padre disse que a celebração do Corpus Christi ontem foi "um chamado "à amada cidade de Roma e a toda a comunidade católica a permanecer e caminhar pelas vias, nem sempre fáceis, da história, entre as grandes pobrezas, espirituais e materiais, do mundo para oferecer a caridade de Cristo e da Igreja, que brotam do Mistério Pascal, mistério de amor, de entrega total, que gera vida".

O Papa exortou os presentes a nunca esquecer a dimensão eucarística em meio aos objetivos para manter o fluxo da caridade eclesial que deseja chegar especialmente à Terra Santa e Oriente Médio, sustentando a presença cristã nesses lugares.

"Peço-vos que façais todo o possível – inclusive diante das autoridades públicas com as quais estais em contato no âmbito internacional – para que no Oriente onde nasceram, os pastores e os fiéis de Cristo não vivam como 'estrangeiros', mas como 'cidadãos' que dão testemunho de Jesus Cristo, como o fizeram antes que eles os santos do passado, filhos também das Igrejas Orientais.”.

O Papa ressaltou que "o Oriente é, com justo título, sua pátria terrena. Por sua fé, ali estão chamados também a promover hoje, sem distinções, o bem de todos. Deve-se reconhecer igual dignidade e verdadeira liberdade a toda pessoa que professa essa fé, favorecendo assim uma colaboração ecumênica e inter-religiosa mais frutífera".

Em inglês Bento XVI agradeceu a reflexão dos participantes da assembléia "sobre as mudanças que estão ocorrendo nos países do norte da África e do Oriente Médio, que são fonte de ansiedade em todo mundo. Através das comunicações recebidas do Cardeal Patriarca copto-católico e do Patriarca Maronita, assim como do representante pontifício em Jerusalém e o Custódio franciscano da Terra Santa, a Congregação e os diversos organismos serão capazes de avaliar a situação sobre o terreno para a Igreja e os povos dessa região, que é tão importante para a paz e estabilidade mundiais".

"O Papa expressa sua proximidade, também graças a vós, aos que sofrem e a aqueles que estão tentando desesperadamente escapar, aumentando o fluxo da migração, que freqüentemente fica sem esperança".

O Santo Padre reiterou que “rezo para que chegue rapidamente a assistência de emergência necessária, mas sobretudo para que se explorem todas as formas possíveis de mediação para que cesse a violência e se restabeleça a harmonia social e a convivência pacífica em todos os lugares, respeitando os direitos das pessoas, bem como das comunidades".

Falando em alemão o Pontífice se referiu à Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, que teve lugar no Vaticano em outubro passado e que fez possível perceber "novos sinais na época atual".

Não obstante, "pouco tempo mais tarde, pessoas indefesas na Catedral siro-católico de Bagdá eram vítimas de um ato de violência sem sentido, (...) seguido meses depois por incidentes similares".

O Papa auspiciou que os sofrimentos de tantas pessoas seja semente enriquecedora da fé nessas terras e agradeceu a todos as orações com motivo do 60º aniversário de sua ordenação sacerdotal, no próximo 29 de junho, solenidade de São Pedro e São Paulo.

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