Roma, Jul 21, 2011 / 00:45 am
A agência vaticana Fides comunicou que Farah Hatim, a moça católica seqüestrada e obrigada a casar-se com um muçulmano no Paquistão, ficará com seu marido, depois da audiência realizada hoje no Tribunal Superior de Punjab.
O recurso de apelação ante o Tribunal Supremo foi apresentado pela APM (All Pakistan Minorities Alliance), depois de que um tribunal de primeira instância tinha descartado a solicitude de encontrar a jovem, que segundo os membros da família, foi seqüestrada e obrigada a casar-se a força com um homem muçulmano na cidade de Rahim Yar Khan.
Entre lágrimas, Farah Hatim compareceu ontem diante do juiz do Tribunal Superior de Punjab. À pergunta do magistrado sobre "qual família escolhia", a moça, depois de um interminável silêncio, respondeu: "Ambas". A Corte argumentou que "isto era impossível" e repetiu a pergunta. Nesse momento, Farah escolheu a sua nova família muçulmana.
Fides assinala que "assim cai o pano de fundo sobre um caso que cativou à opinião pública da comunidade cristã no Paquistão, preocupado pelos mais de 700 casos ao ano de garotas cristãs seqüestradas e obrigadas a casar-se com muçulmanos. O juiz permitiu que Farah tivesse uma conversação privada com sua família de origem durante 10 minutos".
A jovem, conforme revelaram fontes da Fides, declarou que de fato "foi tomada com engano", mas revelou, visivelmente alterada, que não pode “voltar atrás".
Segundo a família de Farah, as razões de sua eleição, não são claras: podem estar atrás ameaças de morte ou intimidações, inclusive a possibilidade de que a moça esteja grávida.
Neste caso, de acordo com o direito do Paquistão, Farah não pode abandonar seu marido sob pena de ser rechaçada e isto levaria a um "estigma eterno" e nenhum homem a quereria consigo.
"Além das possíveis razões, ante a grande pergunta da corte, Farah disse que queria ficar com seu marido muçulmano, marcando seu destino para sempre. A partir de agora, a família de origem já não tem nenhuma autoridade sobre ela, inclusive de acordo com a lei" conforme informam as fontes à agência vaticana Fides.
A família de Farah confirmou à Fides sua preocupação pelo destino da jovem, dizendo que não estão "convencidos" do resultado do caso. Pedem que a comunidade internacional exerça pressão sobre o governo do Paquistão para revisá-lo.
Fontes locais da Fides afirmam que Farah foi vítima de uma rede que "trafica mulheres", com elos no hospital onde trabalhava Farah e no mundo da política, para proporcionar garotas a futuros políticos homens.
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