16 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo de Madri: a JMJ também responde aos jovens com "mínima" experiência moral e religiosa

Cardeal Antonio María Rouco Varela

O Arcebispo de Madri e presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), o Cardeal Antonio María Rouco Varela, assinalou que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Madri, que se realiza entre os dias 16 e 21 do próximo mês, emoldura-se em um panorama geral de uma parte considerável da juventude "com uma experiência religiosa, moral e ética sob mínimos"; mas, também, de um setor muito amplo de jovens profundamente marcados pelo sim a Jesus Cristo.

Em entrevista concedida à Europa Press, o Cardeal assinalou que inclusive nos países de tradição cristão católica, como a Espanha, existem jovens, e "não são poucos!", que "não receberam formação religiosa e logo que têm conhecimentos ou de caráter muito elementar sobre as verdades da fé, da Igreja e da sua história".

"Estes jovens –uns e outros– se encontram com uma sociedade que não acabam de entender, na que não se encontram encaixados em relação à ética e à moral, ao direito, àcomunidade política e à economia. Nós pensamos que a JMJ os ajudará a enfrentar a vida com mais claridade, mais verdade, mais generosidade e entrega e a ajudar a seus companheiros a encontrar o caminho reto e positivo", destacou.

De fato, explicou que o normal é que na JMJ estejam destacados grupos de jovens nos quais existem jovens que não praticam, "que estão longe em sua vida ordinária e em sua experiência de vida de um mínimo de atividade religiosa e de participar da atividade da igreja" mas que têm amizade com grupos que são cristãos, "que vivem sua fé com maior ou menor intensidade mas a vivem".

Desse tipo de jovens, segundo o Cardeal, haverá "milhares" na Jornada. Em qualquer caso, assinalou que quase todos os jovens que praticam a religião católica estão "em sintonia" com o Papa e a Igreja e mantêm uma relação "muito direta".

Entretanto, na JMJ de Madri não só participarão jovens católicos. No momento, o Cardeal Rouco assinalou que representantes da Igreja ortodoxa mostraram "muito interesse"  por participar da Jornada e que é possível que se apresentem grupos organizados de jovens ortodoxos do centro e do leste da Europa.

Além disso, o purpurado recordou que na Fundação Madrid Vivo está representada a comunidade judia da Espanha e, quanto às organizações islâmicas, indicou que a relação não se expressou de forma institucionalizada mas que "existe um bom ambiente".

O maior benefício, o espiritual

O Cardeal indicou que o maior benefício da JMJ será "de caráter espiritual e moral" e insistiu que a JMJ não é organizada para conseguir "um grande negócio" nem para carregar com um gasto de forma "indevida, injusta e não solidária em detrimento da ajuda destinada aos necessitados", algo que, conforme remarcou, a JMJ "não só tem a intenção de não impedir mas também de favorecer".

Em todo caso, destacou que a JMJ também suporá um benefício econômico pois atrairá a, pelo menos, um milhão de jovens que farão gastos, o que supõe, conforme indicou, "uma contribuição à atividade econômica da cidade enorme", ao mesmo tempo que haverá uma promoção da imagem de Madri "de um valor incalculável".

O Cardeal assinalou que a JMJ será uma viagem "fisicamente dura" para o Papa Bento XVI mas a compensação, segundo ele, será o "gozo espiritual e pastoral" que o encontro com os jovens proporcionará ao Santo Padre.

"Essa espécie de alegria do coração que o Senhor lhe proporcionará compensar-lhe-á os esforços físicos, e na melhor das hipóteses vai inclusive ajudá-lo a esquecê-los", remarcou. Concretamente, indicou que o Papa está fazendo provisão de "forças espirituais e físicas" para a Jornada.

Faltando três semanas

Faltando apenas 20 dias para que comece a JMJ, o Cardeal assinalou que "faltar não falta nada", só resta "muita fé, muita esperança, muita caridade, muita oração para que saia muito bem".

Em relação à execução do programa, o prelado indicou que está se desenvolvendo "com normalidade e entusiasmo", com um recuperável atraso em Cibeles e que se está trabalhando "muitíssimo" na colocação dos alojamentos e dos voluntários que se encarregarão dos mesmos.

Nesta linha, Dom Rouco Varela assegurou que a cidade de Madri tem elementos que facilitam "muito" a celebração da Jornada tanto por ser uma região em que a vida da Igreja é "notavelmente ativa, operante e fecunda" como por seu patrimônio histórico artístico. Assim, remarcou que existe "uma boa sintonia na cidade" e que esperam que saia "muito bem" e inclusive melhorará a resposta das anteriores sedes.

Todos os sacerdotes com a JMJ

O Cardeal assegurou que "virtualmente cem por cento dos sacerdotes de Madri estão com a Jornada entregues e entusiasmados", sobre tudo, os quase 900 sacerdotes jovens da Província Eclesiástica de Madri que "pediram-na, procuraram-na e a prepararam".

Assim, sobre as críticas lançadas desde alguns setores sobre o custo da Jornada, o arcebispo sublinhou que "inclusive não seria bom se não houvesse crítica alguma".

Por outra parte, o Cardeal assegurou que não se sentia preocupado pela manifestação convocada pela Europa Laical e outras organizações para o dia antes da chegada do Papa.

Finalmente, referiu-se à juventude do movimento 15-M em relação à JMJ e afirmou que "seus pontos de partida são distintos" e, embora tenham destacado que há problemas "reais", o bispo assinalou que existem "muitos mais" que aqueles aludidos pelos indignados.

"Acredito que necessitam maior estudo, maior análise e maior profundidade", asseverou.

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