22 de novembro de 2024 Doar
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Espanha e Alemanha, os países mais visitados por Bento XVI

A Espanha se converterá esta quinta-feira no país mais visitado por Bento XVI durante seus primeiros seis anos de Pontificado até que no dia 22 de setembro, o Papa visite novamente a Alemanha, sua terra natal. Com a visita ambos os países terão recebido em três ocasiões o Santo Padre.

Nestes seis anos na Sé de Pedro, Sua Santidade visitou (embora em única ocasião), Polônia, Turquia, Brasil, Áustria, Estados Unidos, Austrália, França, Camarões, Angola, Terra Santa, República Tcheca, Malta, Portugal, Chipre e Reino Unido, em uma ocasião. Além disso, esteve duas vezes na Alemanha, país ao qual viajará em setembro deste ano, igualando a Espanha em número de viagens oficiais de Bento XVI.

No caso espanhol, a primeira visita produziu-se no dia 8 de julho de 2006, quando ainda não tinha completo um ano de Pontificado, e se deslocou então a Valência, para participar do V Encontro Mundial das Famílias. Dias antes, um trem do metrô valenciano havia saído dos trilhos provocando 42 vítimas mortais e 47 feridos, o que motivou que desde o Vaticano, Bento XVI enviasse um telegrama com suas condolências.

Naquela ocasião, nem o presidente do Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, nem a então vice-presidenta do Governo, María Teresa Fernández de la Vega, foram à missa que o Papa ofereceu no domingo, dia do grande Encontro Mundial, embora tenham mantido encontros privados com o Pontífice.

Durante os dois dias que esteve em Valência, Bento XVI centrou sua mensagem aos fiéis na importância da família, chamando a atenção a "governantes e legisladores" sobre o fato que "o objeto das leis é o bem integral do homem". Além disso, recordou que as unidades familiares são "uma ajuda notável à sociedade, das quais não podem ser privadas", e "uma salvaguarda e purificação para os povos".

"Nada pode substituir totalmente à família", disse então o Papa. Dirigindo-se já às famílias, recordou a "responsabilidade" que devem transmitir a fé aos filhos "com a ajuda de outras pessoas e instituições como a paróquia, a escola ou as associações católicas".

Santiago e Barcelona

A seguinte viagem do Papa à Espanha foi produzida quatro anos depois, em novembro de 2010, quando visitou Santiago de Compostela na qualidade de "peregrino" e, depois, a cidade de Barcelona para consagrar a Sagrada Família que, desde aquele momento, ficou aberta ao culto. Naquela ocasião tampouco foi recebido pelo presidente do Governo, embora tenha participado de distintos atos durante a visita. O recebimento foi feito pelos Príncipes de Astúrias.

Embora as intervenções do Papa na Galícia se centraram em referências ao laicismo e a necessidade de re-evangelizar a Europa, o vôo que transladava a Santiago declarou que na Espanha, "o país originário da fé", desenvolveu-se "um laicismo, um anticlericalismo, um secularismo forte e agressivo como se viu na década dos anos 30".

Já em terras galegas e empregando a língua da comunidade em distintas ocasiões, o Papa recordou a necessidade de que "Deus volte a ressoar gozosamente sob os céus da Europa" e que a "palavra Santa" não "perverta-se fazendo-a servir fins que lhe são impróprios". Além disso, pontuou de "tragédia" que na Europa se "afirmasse e divulgasse a convicção de que Deus é o antagonista do homem e inimigo de sua liberdade".

Ao fim de dois dias, o Papa se transladou em avião a Barcelona para passar uma última jornada na Espanha. Na cidade manteve um encontro com os Reis. Nesta ocasião, Bento XVI destinou suas mensagens a destacar o valor da vida como "sagrada e inviolável desde o momento de sua concepção" e o matrimônio entre um homem e uma mulher como origem da mesma. Nesta linha, pediu que "a natalidade seja dignificada, valorada e apoiada jurídica, social e legislativamente".

"A Igreja se opõe a todas as formas de negação da vida humana, e apóia quanto promova a ordem natural no âmbito da instituição familiar", afirmou o Pontífice, para valorizar que "o amor generoso e indissolúvel de um homem e uma mulher é o marco eficaz e o fundamento da vida humana em sua estação, iluminação, crescimento e seu término natural", por isso pediu apoio "decidido do Estado ao homem e à mulher que contraem matrimônio e formam uma família.

Depois da consagração do Templo da Sagrada Família e a oração do Ângelus, teve um almoço privado com todos os bispos e cardeais da Conferência Episcopal Espanhola durante o qual resumiu sua visita à Cidade Condal com um breve discurso: "foi um dia inesquecível que servirá para a evangelização", disse Bento XVI.

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