MADRI, Aug 20, 2011 / 20:13 pm
Ao presidir esta manhã a partir das 10:00h (hora local) a Missa com uns dois mil seminaristas de diferentes partes do mundo, o Papa Bento XVI os alentou em sua homilia a "não deixar-se intimidar por um entorno no qual se pretende excluir Deus".
Antes de iniciar a Eucaristia o Papa recebeu a saudação do Arcebispo de Madrid, Cardeal Antonio María Rouco, e a de um seminarista, quem lhe disse "não resulta fácil hoje, Santo Padre, a missão de ser testemunhas de Cristo. Custa-nos muito chegar a nossos irmãos afastados ou não crentes".
Entretanto, prosseguiu, "queremos oferecer a esperança do Evangelho com nossa futura entrega sacerdotal a este nosso mundo, urgidos pela caridade de Cristo, como o melhor tesouro que nos entregou o Senhor. Para ser fiéis a isso pedimos, Santo Padre, que peça à nossa Mãe, a Santíssima Virgem Maria, para que cheguemos a ser outros Cristos no meio do mundo".
Diante de centenas de bispos e sacerdotes concelebrantes, o Papa pronunciou sua homilia na qual pediu aos seminaristas que dêem graças a Deus por tê-los escolhido, "por esta mostra de predileção que tem com cada um de vós".
O Papa destacou logo que Cristo é o exemplo perfeito de sacerdote, cumprindo sempre a vontade de Deus e entregando-se totalmente na Cruz e ficando com os homens na Eucaristia.
O Santo Padre animou logo os seminaristas a pedir a Deus que "os conceda imitá-lo em sua caridade até o extremo para com todos, sem fugir aos afastados e pecadores, de forma que, com sua ajuda, convertam-se e voltem para bom caminho. Peçam-lhe que os ensine a estar muito perto dos doentes e dos pobres, com simplicidade e generosidade".
"Enfrentem este desafio sem complexos nem mediocridade, antes bem como uma bela forma de realizar a vida humana em gratuidade e em serviço, sendo testemunhas de Deus feito homem, mensageiros da altíssima dignidade da pessoa humana e, por conseguinte, seus defensores incondicionais".
Apoiados em seu amor, exortou o Papa, "não vos deixeis intimidar por um entorno no qual se pretende excluir a Deus e no qual o poder, o ter ou o prazer freqüentemente são os principais critérios pelos quais a existência se rege".
"Pode que os menosprezem, como se costuma fazer com quem evoca metas mais altas ou desmascaram os ídolos ante os quais hoje muitos se prostram. Será então quando uma vida profundamente enraizada em Cristo se mostre realmente como uma novidade e atraia com força a quem seriamente procura Deus, a verdade e a justiça".
Alentados por seus formadores, disse logo Bento XVI, "abram sua alma à luz do Senhor para ver se este caminho, que requer valentia e autenticidade, é o seu, avançando ao sacerdócio somente se estiverem firmemente persuadidos de que Deus os chama a ser seus ministros e plenamente decididos a exercê-lo obedecendo as disposições da Igreja".
O Papa explicou logo que os anos do seminário devem ser "de silêncio interior, de permanente oração, de constante estudo e de inserção paulatina nas ações e estruturas pastorais da Igreja. Igreja que é comunidade e instituição, família e missão, criação de Cristo por seu Santo Espírito e ao mesmo tempo resultado dos que a conformamos com nossa santidade e com nossos pecados".
Bento XVI recordou também que os seminaristas e os sacerdotes têm a missão de ser Santos como Cristo e a Igreja: "nós devemos ser Santos para não criar uma contradição entre o sinal que somos e a realidade que queremos significar", assegurou.
Depois de reiterar seu chamado a viver a radical fidelidade evangélica, o Santo Padre disse que o sacerdote deve sempre configurar-se com Cristo, fazendo-se ele também bom pastor de suas ovelhas.
"Esta disponibilidade, que é dom do Espírito Santo, é a que inspira a decisão de viver o celibato pelo Reino dos céus, o desprendimento dos bens da terra, a austeridade de vida e a obediência sincera e sem dissimulação".
Na parte final de sua homilia o Papa exortou os seminaristas a seguirem o exemplo de São João de Ávila, Padroeiro do clero secular da Espanha e os animou a olhar sempre a Maria: "Ela saberá forjar sua alma segundo o modelo de Cristo, seu divino Filho, e os ensinará sempre a custodiar os bens que Ele adquiriu no Calvário para a salvação do mundo. Amém".
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