22 de novembro de 2024 Doar
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O Papa apresenta motu proprio Porta Fidei sobre o Ano da Fé

O Escritório de Imprensa da Santa Sé divulgou esta manhã a Carta Apostólica em forma motu proprio Porta Fidei na qual o Papa Bento XVI convoca o Ano da Fé.

O Santo Padre anunciou ontem o Ano da Fé que terá início no dia 11 de outubro de 2012, no 50º aniversário da inauguração do Concílio Vaticano II e concluirá no 24 de novembro de 2013, na Solenidade de Cristo Rei do Universo.

No documento feito público hoje o Santo Padre assinala que "‘a porta da fé’, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós.

"É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira".

O Papa recorda logo uma passagem da homilia do início de seu pontificado, na que afirmava que "A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude".

"Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado”.

“Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas".

O Papa explica também que "devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos".

Bento XVI recorda logo que no dia 11 de outubro de 2012, quando for iniciado o Ano da Fé, também se celebrarão 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, documento fruto do pontificado do Beato João Paulo II, o qual o Pontífice deseja que seja difundido, estudado e promovido intensamente durante este tempo de graça.

O Ano da Fé, continua, "o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados".

"Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo".

Por isso, escreve o Papa, "também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar".

"Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos".

O Santo Padre sublinha também sua esperança de que este Ano "suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força»".

"Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento".

Bento XVI recorda deste modo que "o cristão não pode pensar nunca que acreditar é um fato privado. A fé é decidir-se a estar com o Senhor para viver com ele. E este «estar com ele» nos leva a compreender as razões pelas que se crie".

"A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também a responsabilidade social do que se crie. A Igreja no dia do Pentecostés mostra com toda evidência esta dimensão pública do acreditar e do anunciar a todos sem temor a própria fé. É o dom do Espírito Santo o que capacita para a missão e fortalece nosso testemunho, fazendo-o franco e valoroso".

O Papa destaca logo que muitas pessoas procuram sinceramente uma resposta para a vida, o que constitui um ‘preâmbulo’ da fé, "porque leva às pessoas pelo caminho que conduz ao mistério de Deus".

"A mesma razão do homem, em efeito, tem inscrita a exigência do que vale e permanece sempre’. Esta exigência constitui um convite permanente, inscrita indelevelmente no coração humano, a ficar em caminho para encontrar a Aquele que não procuraríamos se não houvesse já vindo. A fé nos convida e nos abre totalmente a este encontro".

Ao longo deste Ano, prossegue o Santo Padre, "será decisivo voltar a percorrer a história de nossa fé, que contempla o mistério insondável do entrecruzar-se da santidade e o pecado. Enquanto o primeiro põe de relevo a grande contribuição que os homens e as mulheres ofereceram para o crescimento e desenvolvimento das comunidades através do testemunho de sua vida, o segundo deve suscitar em cada um, um sincero e constante ato de conversão, com o fim de experimentar a misericórdia do Padre que sai ao encontro de todos".

O Papa assegura além que "a fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem fé seria um sentimento constantemente a mercê da dúvida. A fé e o amor se necessitam mutuamente, de modo que uma permite à outra seguir seu caminho".

"Em efeito, muitos cristãos dedicam suas vidas com amor a quem está sozinho, marginalizado ou excluído, como o primeiro a quem terá que atender e o mais importante que socorrer, porque precisamente nele se reflete o rosto mesmo de Cristo. Graças à fé podemos reconhecer em quem pede nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado".

O que o mundo necessita hoje, afirma o Papa Bento, "o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim".

Finalmente o Santo Padre assinala que "com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno; e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.".

Para ler o documento completo ingresse em:
http://www.acidigital.com/Documentos/portafidei.htm


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