22 de novembro de 2024 Doar
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Congresso pró-vida no Brasil: Combater a cultura de morte promovendo a doutrina da Igreja

Construir uma cultura de vida, segundo a doutrina da Igreja, em um mundo no qual avança a cultura de morte, sintetiza os temas tratados hoje, 3, no primeiro dia do II Congresso pela Verdade e pela Vida da Human Life International em São Paulo, apresentado nesta ocasião a mais de uma centena de sacerdotes, seminaristas e religiosos vindos de todo o Brasil.

O Congresso, que começou às 9:00h no Mosteiro de São Bento na capital paulistana, foi inaugurado pelo Prof. Felipe Nery, que preside o congresso, e que contou com a presença de Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão para Vida e a Família da CNBB, além do Pe. Shenan Boquet, presidente da HLI e Raymond de Souza, diretor de programações para a América Latina da mesma entidade, no primeiro painel de palestrantes do evento.

Falando sobre os desafios da luta pela defesa da vida e promoção da família, o Pe. Boquet não só mencionou a lamentável sentença Roe vs. Wade que despenalizou o aborto nos EUA, mas também recordou a campanha por métodos anti-concepcionais em seu país que vem ferindo a família e banalizando a sexualidade.

“A contracepção também é uma realidade que se tornou muito comum, de tal forma que os médicos prescrevem-nos facilmente, como se fosse uma vitamina”, afirmou.
Padre Shenan partilhou sua experiência de seis anos como pároco nos Estados Unidos, um período em que o sacerdote não fez sequer um casamento sacramental, chamando a atenção para o crescente número de casais que convivem fora do matrimônio religioso.

"É difícil 'desafiar' as pessoas e discordar daquilo que já está estabelecido. No entanto, não podemos nos acovardar, mas permanecermos firmes na verdade, para passar adiante esta verdade. Sempre há uma força que vem de Jesus Cristo até nós. Se ficarmos perto d'Ele, teremos coragem e veremos coisas que jamais vimos antes”, assinalou o presidente da HLI.

Por sua parte, Dom Petrini, que também é bispo de Camaçari, BA, falou sobre a misericórdia e a síndrome pós aborto. Na sua palestra Dom João Carlos também falou do Projeto Raquel, que busca ajudar mulheres que sofrem a síndrome.

O Projeto Raquel, segundo explicou o bispo, consiste em uma rede de pessoas que prestam ajuda, incluindo sacerdotes, conselheiros leigos e outros, oferecendo cuidado individual ás pessoas, mulheres e também homens, que estão sofrendo após o envolvimento em algum aborto. É uma rede de cura baseada na misericórdia de Deus.

O destaque da manhã foi a cerimônia de condecoração de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, com o prêmio Cardeal Galen, a mais alta distinção oferecida pela Human Life International.
O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August von Galen (1878-1946), que foi Bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista. Levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição dos judeus e a expulsão dos religiosos.

O bispo recebeu a medalha devido à sua “atuação pastoral e promoção do evangelho da vida” e foi recordado de maneira especial por seu valente posicionamento contra candidatos favoráveis ao aborto, o que levou o bispo a ser hostilizado e duramente criticado pela imprensa.

"É sempre uma ajuda, entusiasmo. Sou agradecido por essa homenagem e por perceber que o trabalho que a gente fez não foi em vão", afirmou Dom Bergonzini.

A tarde foi encerrada com as palestras de Mons. Juan Carlos Sanahuja, correspondente da Pontifícia Academia pró-vida, quem discursou sobre “Poder global e religião universal”, alertando para os perigos
do fenômeno da New Age e da chamada Nova Ordem Mundial, que, nas palavras do então Cardeal Ratzinger, se reveste de “uma necessidade de destruir o cristianismo, esvaziando-o de sua fé em Cristo e na Igreja, para convertê-lo em mera doutrina de ajuda, solidariedade social ou beneficência”.

Mario Rojas, perito temas de população e demografia e no impacto da crise demográfica na América Latina encerrou a jornada com sua palestra “Inverno demográfico”, alertando sobre a situação “gravíssima” das baixas taxas de natalidade (e portanto de insuficiente reposição da população), desmentindo o mito da superpopulação com abundantes dados e fatos geográficos e políticos. Se bem a situação parece ser mais aguda de países desenvolvidos, Rojas advertiu que a tendência começa a ser experimentada também em países latino-americanos como o Brasil, que em breve estarão envelhecendo com conseqüências econômicas e um brutal impacto social.

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