ROMA, Nov 28, 2011 / 12:45 pm
O oficial da Penitenciaria Apostólica do Vaticano, Dom Gianfranco Girotti, encarregado dos assuntos de consciência e das administrações das indulgências no Vaticano, explicou que diante das "novas formas de pecado" a Igreja oferece uma resposta com misericórdia, bondade e caridade.
Em uma entrevista concedida ao grupo ACI, Dom Girotti indicou que estas novas formas se organizam em torno das drogas, dos impostos, dos compromissos civis, do aborto, e da bioética.
"Nós queremos fazer viver e relançar este conceito de que a Igreja é sobre tudo misericórdia, está sobre tudo aberta à bondade e a caridade", recordou Dom Girotti.
O prelado explicou que a Penitenciaria Apostólica em matéria de bioética recebe uma inundação de consultas, "vêm muitas questões sobre tudo de bioética", e "nós damos as orientações, damos as indicações, mas apenas damos resposta a casos concretos e reais". "Dar resposta a perguntas de caráter geral sobre bioética não é sua tarefa", particularizou.
Em referência ao aborto, recordou que é o Bispo quem está na faculdade de absolvê-lo, e este, pode delegar este trabalho aos sacerdotes em certas ocasiões.
O Prelado expressou que seu trabalho é realmente reconfortante, porque "através de nossos recursos, podemos dar às consciências a tranqüilidade, a serenidade".
"Quem vem à Penitenciaria quer dizer que foi tocado pela graça do Senhor", significa que "quer voltar a estar na graça de Deus", e por isso nós "nos alegramos de poder oferecer justamente este serviço de misericórdia, de piedade, e de caridade", afirmou.
O oficial indicou que o segredo e a celeridade são as duas notas características de seu dicasterio pois a finalidade principal é outorgar a indulgência ao arrependido para estar em graça junto ao Senhor.
Mudanças na Penitenciaria
O Arquivo Histórico da Penitenciaria Apostólica desfruta de novas mudanças. Será possível consultar os documentos conservados desde 1974 e que até recentemente estavam no depósito no edifício apostólico. Até o momento, uma parte destes eram custodiados no arquivo secreto vaticano, e apenas eram acessíveis a estudiosos com prévia autorização.
No dia 18 de novembro se abriu pela primeira vez ao público a parte dos arquivos referida a sua dimensão externa, cujos documentos relatam a história do dicasterio, seu desenvolvimento, crescimento, e finalidade.
Dom Girotti explicou que o Papa Bento XVI teve grande parte neste novo passo.
"Isto pomos ao alcance das mãos, graças à sensibilidade do Santo Padre, que foi quem quis que abríssemos estes arquivos para manifestar a contribuição da Penitenciaria Apostólica à Igreja Católica", concluiu.
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