Em carta dirigida aos deputados, Bispos rejeitam pesquisa com embriões

BRASILIA, Mar 1, 2005 / 17:11 pm

Em uma carta publicada hoje pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e destinada aos deputados federais, os bispos reiteram a posição da Igreja Católica sobre temas importantes de aspectos de Bioética implicados no  Projeto de Lei de Biossegurança, que está em fase final de votação no Congresso brasileiro.

Na carta, assinada pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Presidente da CNBB,  e pelos Bispos Dom Antônio Celso de Queirós, Vice-Presidente e Dom Odilo Pedro Scherer, Secretário-Geral da CNBB, é expressada a preocupação diante do avanço científico no campo da  biogenética e da biotecnologia, que embora tenham aberto perspectivas na cura de doenças e do desenvolvimento humano, geram interrogações "não são apenas  científicas, mas sobretudo de cunho ético", declaram.

Sobre as pesquisas no campo genético, afirmam o entusiasmo que "o progresso da ciência e da tecnologia abre novas possibilidades para que possamos levar adiante a missão que o Criador nos confia. Neste sentido, nos congratulamos com  as pesquisas recentes  e o uso responsável de  células-tronco adultas encontradas no cordão umbilical, na medula óssea e um pouco espalhadas por todo o corpo humano".

Entretando em relação às pesquisas com células-tronco embrionárias, os Bispos ressaltam que é necessário "rejeitar com firmeza a produção de embriões, ou a utilização de embriões já existentes, tanto para pesquisas, quanto para eventual produção de tecidos e órgãos".

E reiterando a supremacia da vida humana sobre qualquer promessa ilusória de saúde que nos é vendida por certos organismos os bispos afirmam que  "para as pesquisas com células-tronco embrionárias seria necessário a supressão dos embriões e a vida humana deve ser respeitada, sempre, desde o seu início até o seu  termo".

A carta finaliza com um pedido expresso aos deputados brasileiros para que não se deixem dobrar pela pressão de grupos que investem em biotecnologia visando apenas lucros. "Na certeza de que nossos legisladores hão de se orientar pelo valor supremo da vida humana, na elaboração das leis, pedimos a Deus que os guie no alto desempenho de sua missão legislativa" completam.