VALÊNCIA, Jan 11, 2012 / 07:38 am
A editora SM publicou uma novela gráfica sobre a vida do beato Santiago Gapp, sacerdote marianista austríaco que foi decapitado em Berlim em 1943, depois de ter sido descoberto em Valência pela Gestapo, polícia secreta do III Reich.
Conforme informa a Arquidiocese de Valência, o livro, titulado "Não cederei. A vida de Santiago Gapp", foi ilustrado pelo desenhista valenciano 'Pacosales'. A publicação, que recolhe "através de desenhos e ilustrações a vida do beato", está apoiada na biografia escrita pelo sacerdote marianista valenciano José María Salaverri, "Santiago Gapp, paixão pela Verdade frente ao nazismo", conforme indicou o próprio Salaverri, quem fez o prólogo e epílogo da nova publicação.
O sacerdote Jacob Gapp deu aulas de latim, grego e alemão no Colégio do Pilar de Valência até que foi localizado por agentes da polícia alemã que se apresentaram a ele fingindo ser judeus fugidos da Alemanha para evitar os campos de concentração.
Gapp nasceu em Wattens (Áustria) em 1897 e depois de combater na Primeira guerra mundial no exército austríaco, ingressou na Companhia de Maria e se ordenou sacerdote.
Suas contundentes homilias contra o nazismo de Hitler, que tinha anexado a Áustria ao III Reich, "elevaram-no como um autêntico herói", admirado pelos que rechaçavam a barbárie nazista", conta Salaverri.
Entretanto, teve que fugir de seu país perseguido pela Gestapo, em 1939. Depois de passar por Burdeos chegou a Valência em 1941, onde se integrou na comunidade marianista do Colégio do Pilar, onde exerceu como capelão e professor.
Poucos meses depois, em maio de 1942, dois jovens alemães que disseram ser judeus perseguidos também pelos nazistas se apresentaram no colégio do Pilar e pediram ajuda ao sacerdote austríaco.
"Estabeleceu-se entre eles o que parecia ser uma sólida amizade até o ponto de que os jovens lhe rogaram que os instruísse na fé católica para receber o Batismo".
Dias antes da data prevista para o sacramento batismal, Gapp foi convidado por seus dois amigos a viajar a São Sebastião para visitar uns conhecidos. Dali, mediante enganos, fizeram-no ir a Hendaya, já na França, ocupada pelos alemães, onde foi apressado por agentes da Gestapo, a polícia secreta alemã à qual pertenciam os dois falsos judeus.
Conduzido a Paris e logo a Berlim, onde fez contínua profissão de sua fé enquanto foi interrogado durante meses, foi finalmente decapitado no dia 13 de agosto de 1943 após ser condenado à morte pelo Tribunal do Povo.
Foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 24 de novembro de 1996 e sua memória litúrgica anual é recordada no dia 13 de agosto, dia de seu martírio.
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