24 de novembro de 2024 Doar
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Arcebispo de Denver explica "má teologia" do filme ganador do Oscar

Na sua última coluna publicada no jornal Denver Catholic Register, o arcebispo de Denver, Mons. Charles Chaput, explica a "má teologia" do filme Million Dollar Baby –que obteve vários prêmios Oscar – e indicou que Deus “espera o compromisso da sua nação pela defesa da vida e que nos aproximemos d’Ele nesse tempo de Quaresma”.

O Prelado explica o enredo do filme e lembra que o personagem de Eastwood é um treinador de boxe, católico, irlandês, que assiste à Missa todos os dias e carrega com vários pecados que o atormentam. Narra como a lutadora de boxe, aos cuidados de Eastwood, perde por knock out uma luta e fica paralítica. A partir desse momento deve viver ligada a um respirador. Aqui, menciona Dom Charles Chaput, é onde o filme toma um rumo errado. A lutadora de boxe lhe pede a Eastwood que a ajude a morrer, e embora o personagem de Eastwood tem reparos e recebe o conselho de uma sacerdote amigo, que lhe pede para não fazê-lo, finalmente desliga o aparelho.

O Arcebispo indica que ao colocar ”no mesmo nivel a morte com a compaixão, Eastwood deixa aos seus personagens afundados na desesperança. Faz que um ato profundamente mau, acabe aparecendo como coisa nobre. A tragédia neste filme é que poderia ser uma coisa boa e interessante, mas com o final, na forma como é colocado, acaba não sendo.

Dom Chaput faz cair na conta aos leitores que o sentido da reflexão em torno a este filme tem duas razões. Em primeiro lugar, “a confusão moral na qual vivemos, exige que os cristãos voltemos a evangelizar a cultura na qual estamos. Deus depende da nossa opção, mas quando os nossos meios mostram que um assassinato é ‘realizado por amor’, então fica claro que existe algo fundamentalmente errado no rumo e na consciência da nossa nação”.

O Prelado explica que a segunda razão tem a ver com a Quaresma, pois nesse tempo “Deus nos convida a aprofundarmos no nosso relacionamento com Ele. E temos os meios para fazê-lo: a oração, o jejum, os atos de misericórdia e o sacramento da Reconciliação. De alguma maneira, o personagem de Eastwood, afundado na desesperança, nos lembra de nós mesmos carregados de pecados passados que não podemos fazer desaparecer, buscando ansiosamente o perdão e a cura, mas incapazes –ou muitas vezes sem a vontade- de nos colocar nas mãos bondosas de Deus”.

O arcebispo lembra que a Quaresma é um peregrinar até a Páscoa e a vida em abundância. Indica que “Jesus veio nos salvar, veio para nos mostrar que as nossas vidas valem a pena, quis que saibamos que Deus nos ama apesar dos nossos pecados, sem importar a gravidade destes. Também nos quer mostrar que a morte –que é decidida somente pela soberania divina- não é nunca o final da nossa existência”.

“Na cultura de morte de hoje, essa é a história que devemos contar, com a qual devemos viver, porque é verdade. Um filme com essa mensagem sim seria um Million Dollar Baby”, conclui o Arcebispo Chaput.

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