24 de novembro de 2024 Doar
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Turquia ataca instituições francesas devido à lei que tipifica como delito negar o genocídio armênio

O governo da Turquia iniciou uma série de represálias contra instituições da França nesse país, em resposta à lei que o senado francês aprovou tipificando como delito a negação do genocídio armênio, ocorrido entre 1915 e 1918, no qual os turcos mataram cerca de duas milhões de pessoas.

Os senadores franceses aprovaram esta norma que estabelece que a negação do genocídio ou holocausto armênio pode ser penalizada com uma multa de até 45 mil euros (mais de 58 mil dólares) e prisão de até um ano.

O governo turco sempre negou o genocídio.

Entre as medidas estão a censura do periódico armênio-turco Agos e o registro dos impostos da escola francesa Charles De Gaulle em Ankara. Este último suscitou o protesto do embaixador francês, Laurent Billi.

Nos últimos dias, informa a agência vaticano Fides, mais de 10 mil pessoas se reuniram em Istambul, e marcharam em silencio para recordar o jornalista de origem armênia Hrant Dink, assassinado em 19 de janeiro de 2007 em frente à sede do periódico "Agos", que ele dirigia.

A respeito o Pe. Lorenzo Piretto, Pró-Vigário Apostólico de Istambul, disse à Fides: "estamos surpresos pela medida aprovada na França: a do genocídio armênio é um fato histórico muito complexo e não acreditam que um governo deva se entrometer".

"Por um lado, os armênios no estrangeiro pressionam, mas por outro lado, os armênios na Turquia poderão ser objeto de represálias, e eles mesmos expressaram suas reservas a respeito de tais leis".

O sacerdote indicou que "hoje os armênios na Turquia são uma minoria religiosa reconhecida pelo governo (enquanto os católicos não o são), recentemente anunciaram medidas para a abertura das minorias reconhecidas, tais como a restituição de bens confiscados".

Na atualidade há cerca de 60 mil armênios apostólicos, enquanto que os armênios católicos são 3 mil. Ele estão integrados na sociedade turca.

O genocídio armênio

Tratou-se da expulsão forçosa e do massacre de um número indeterminado de armênios, calculado em um milhão e meio e duas milhões de pessoas durante o governo dos Jovens Turcos entre 1915 e 1917.

Este caracterizou-se pela brutalidade nos massacres e as marchas forçosas em condições extremas, que geralmente levava a morte a muitos.

A data do começo do genocídio se remonta a 24 de abril de 1915, o mesmo dia em que as autoridades turcas detiveram 250 intelectuais armênios.

Os militares turcos expulsaram os armênios de seus lares e os obrigaram a marchar centenas de quilômetros pelo deserto, privados de mantimentos e água.

Os massacres não respeitaram a idade ou o sexo das vítimas, e os estupros e outros tipos de abusos sexuais eram freqüentes.

Armênia foi o primeiro povo a abraçar o cristianismo, entretanto, seus habitantes viviam como cidadãos de segunda categoria no califado turco. Além disso, entre 1884 e 1197, entre 100 e 300 mil deles foram massacrados.

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