22 de novembro de 2024 Doar
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Bento XVI exorta a defender o matrimônio e recuperar o apreço pela castidade

O Papa Bento XVI alentou a defender o matrimônio e a família na sociedade atual, e exortou também a recuperar o apreço pela virtude da castidade no marco da perspectiva cristã da sexualidade, em seu discurso a um grupo de bispos dos Estados Unidos.

Em suas palavras aos prelados das regiões VII-IX da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos, o Santo Padre advertiu que nestes dias "é cada vez mais evidente que o desprezo pela indissolubilidade da aliança matrimonial, e o rechaço generalizado de uma ética sexual responsável e madura baseada na prática da castidade, deram lugar a graves problemas sociais que conduzem a um imenso custo humano e econômico".

Depois de assegurar que "poderosas correntes políticas e culturais procuram modificar a definição legal do matrimônio", o Papa assinalou que "os conscienciosos esforços da Igreja para resistir esta pressão requerem uma defesa raciocinada do matrimônio como instituição natural, que consiste na comunhão específica de pessoas, essencialmente enraizada na complementaridade dos sexos e orientada à procriação".

"As diferenças sexuais não podem ser descartadas como irrelevantes para a definição do matrimônio. A defesa da instituição do matrimônio como uma realidade social , em última instância, uma questão de justiça, já que implica proteger o bem de toda a comunidade humana e os direitos dos pais e das crianças por igual", afirmou.

"Em nossas conversações, assinalaram com preocupação as dificuldades crescentes na comunicação do ensino da Igreja sobre o matrimônio e a família em sua integridade, e a diminuição no número de jovens que se aproximam do sacramento do matrimônio".

Certamente, prosseguiu Bento XVI, "devemos reconhecer as deficiências na catequese das últimas décadas, que em algumas ocasiões não conseguiram comunicar o rico patrimônio da doutrina católica sobre o matrimônio como instituição natural, elevada por Cristo à dignidade de sacramento, a vocação dos esposos cristãos na sociedade e na Igreja, e a prática da castidade conjugal".

O Papa considerou necessário revisar "os programas de preparação para o matrimônio cuidadosamente para assegurar mais ênfase em seu componente catequético e na apresentação das responsabilidades sociais e eclesiásticas que suporta o matrimônio cristão".

"Neste contexto não podemos esquecer o grave problema pastoral que apresenta a prática generalizada da convivência, freqüentemente por casais que parecem não dar-se conta de que é um pecado grave, sem falar de seus danos à estabilidade da sociedade".

Por isso o Santo Padre animou os esforços dos bispos "para estabelecer normas claras, pastorais e litúrgicas, para a celebração digna do matrimônio, que encarnem um testemunho inequívoco das exigências objetivas da moral cristã, demonstrando ao mesmo tempo sensibilidade e preocupação pelos casais jovens".

"Neste grande esforço pastoral há uma necessidade urgente de que toda a comunidade cristã recupere o apreço pela virtude da castidade", sublinhou.

O Santo Padre ressaltou que "não é simplesmente uma questão de apresentar argumentos, mas sim de apelar a uma visão integral, coerente e estimulante da sexualidade humana. A riqueza desta visão mais sólida e atrativa que a das ideologias permissivas exaltadas em alguns setores que, de fato, constitui uma forma poderosa e destrutiva de anti-catequese para os jovens".

"A castidade, como ensina o Catecismo: 'implica uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana'. Em uma sociedade que cada vez mais tende a interpretar mal e até ridicularizar esta dimensão essencial da doutrina cristã, os jovens precisam estar seguros de que 'se deixamos que Cristo entre em nossas vidas não perdemos nada, absolutamente nada, do que faz a vida livre, bela e grande'".

O Papa recordou além que "todos nossos esforços neste setor apontam, em última instância ao bem das crianças, que têm um direito fundamental a crescer com uma sã compreensão da sexualidade e de seu lugar apropriado nas relações humanas".

"As crianças –assegurou o Papa Bento– são o tesouro maior e o futuro de toda sociedade: preocupar-se com eles significa reconhecer nossa responsabilidade de ensinar, defender e viver as virtudes morais que são a chave da realização humana".

Para concluir o Papa expressou sua esperança de que "a Igreja nos Estados Unidos, não obstante seu pesar pelos acontecimentos da última década, persevere em sua missão histórica de educar os jovens contribuindo assim à consolidação dessa sã vida familiar, que representa a garantia mais segura da solidariedade inter-geracional e da saúde da sociedade em seu conjunto".

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