VATICANO, May 16, 2012 / 12:26 pm
Nesta quarta-feira, 16 de maio, Bento XVI pronunciou sua catequese semanal recordando a oração nas cartas de São Paulo e destacou o dia mundial das famílias instituído pela ONU, pedindo que o trabalho jamais seja um obstáculo para a vida familiar. Logo após a sua alocução, o Papa saudou os peregrinos de diversos países e de maneira especial a comunidade católica Shalom, fundada no Brasil há 30 anos, e que recebeu neste último fim de semana a aprovação pontifícia dos seus estatutos.
Sintetizando sua catequese em português Bento XVI disse que “para São Paulo, a oração é sobretudo o Espírito Santo em ação dentro de nós. Ele orienta o nosso coração para Jesus Cristo, a ponto de podermos dizer: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim». Habitando na nossa fragilidade humana, o Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis e conduz-nos para as alturas de Deus”.
“Muitas vezes rezamos a Deus, para que nos livre de males e tribulações; mas temos a impressão de não ser ouvidos e… desanimamos. Ora, não há grito humano que não seja ouvido por Deus; e é precisamente na oração constante e fiel que compreendemos, com São Paulo, que «os sofrimentos do tempo presente não impedem a glória futura de se revelar em nós». A resposta do Pai a seu Filho não foi a libertação imediata dos sofrimentos, da cruz, da morte, mas precisamente através da cruz e da morte – como expressão do amor supremo – Deus respondeu, para além de todas as expectativas humanas, com a ressurreição”, afirmou.
“O Apóstolo dos Gentios apresenta a oração em várias formas, fazendo-a penetrar em todas as realidades, pessoais e comunitárias. Para ele, a oração é antes de tudo o fruto da presença viva do Pai e de Jesus Cristo em nós, por meio do Espírito Santo” – disse o Papa em sua catequese pronunciada em italiano.
“Um elemento que o Apóstolo quer que entendamos é que a oração não deve ser vista simplesmente como uma boa obra feita por nós a Deus, uma ação nossa. Ela é sobretudo um dom, o fruto da presença viva e vivificante do Pai e de Jesus Cristo em nós”.
“Na oração nós experimentamos, mais do que em outras dimensões da nossa existência, a nossa pobreza, nosso ser criaturas, porque estamos diante da onipotência e da transcendência de Deus. E à medida que avançamos na escuta e diálogo com Deus, para que a oração se torne a respiração diária da nossa alma, mais nós percebemos o sentido de nossas limitações, não só diante das situações concretas de cada dia, mas também na mesma relação com o Senhor. Crescendo em nós a necessidade de confiar, confiar-nos mais e mais a Ele; entendemos que "não sabemos como orar... como convém". E é o Espírito Santo que ajuda nossa incapacidade, ilumina nossas mentes e aquece nossos corações, guiando o nosso dirigir-nos a Deus”.
O Papa afirmou aos milhares de féis presentes na Praça de São Pedro, que Cristo é o princípio interior de todas as nossas ações; ele nos torna capazes de abandonar o medo e a escravidão para vivermos livres, como filhos de Deus, abraçando uma liberdade pelo bem e pela vida.
“Queridos irmãos e irmãs, São Paulo nos ensina que na nossa oração, devemos abrir-nos à presença do Espírito Santo, que ora em nós com gemidos inexprimíveis, para levar-nos a aderir a Deus com todo nosso coração e com todo nosso ser. O Espírito de Cristo se torna a nossa oração a força da nossa oração "fraca", a luz da nossa oração, "desgastada", o foco da nossa oração "seca", dando-nos a verdadeira liberdade interior, ensinando-nos a viver, confrontando as provações da existência, na certeza de que não estamos sozinhos, abrindo os horizontes da humanidade e da criação "que geme em dores de parto", concluiu Bento XVI
Segundo assinala a Rádio Vaticano, o Dia Internacional das Famílias, instituído pelas Nações Unidas, celebrado ontem, 15 de maio, foi evocado pelo Papa na audiência geral desta quarta-feira, na praça de São Pedro. O Santo Padre fez notar que o tema deste ano – “família e trabalho” referia o equilíbrio a assegurar entre duas questões estritamente ligadas entre si: o trabalho “não deveria criar obstáculos à família, mas pelo contrário apoiá-la e uni-la, ajudá-la a abrir-se à vida e a entrar em relação com a sociedade e com a Igreja”.
O Papa fez votos de que o domingo, “dia do Senhor e Páscoa da semana, possa ser mesmo dia de repouso e ocasião para reforçar os elos familiares”.
Ao final da catequese Bento XVI se dirigiu aos membros da comunidade católica Shalom que celebra seu 30º aniversário de Fundação e aprovação pontifícia como Associação Internacional de fiéis nas seguintes palavras: “Meu pensamento agora se dirige aos representantes da comunidade católica "Shalom". Caros amigos, vocês comemoram o seu 30º. aniversário. Obrigado pela sua presença! Que esta ocorrência, assim como a aprovação dos seus estatutos, sejam um incentivo para que vocês continuem dando testemunho do Evangelho com entusiasmo. Mas, eu já vejo o seu entusiasmo! Acompanho-vos com a minha oração e a minha bênção, para que vocês possam ser instrumentos alegres do amor e da misericórdia de Deus para todos aqueles que vocês encontrem no seu empenho missionário.
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