23 de dezembro de 2024 Doar
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Mordomo do Papa não foi despedido, mas se encontra em condição de "suspenso"

Paolo Gabriele na parte inferior esquerda da foto (Reuters)

O mordomo do Papa Bento XVI, Paolo Gabriele, preso no último 23 de maio e acusado de ‘roubo com agravante’ após as filtrações de documentos confidenciais da Santa Sé, não está despedido mas em condição de "suspensão" pois não há ainda uma sentença conclusiva sobre o seu processo, explicou hoje o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi.

Gabriele foi submetido ao seu segundo dia consecutivo de interrogatório formal, que amanhã não será realizado devido à festa de Corpus Christi, nem está previsto que continue na sexta-feira.

O porta-voz vaticano explicou também que o interrogatório formal em curso está sendo realizado no Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano e não na Câmara de Segurança onde se encontra em condição de prisão preventiva desde o dia em que foi detido.

Pe. Lombardi também assinalou que Paolo Gabriele esteve com sua esposa em mais de uma ocasião mas acrescentou que não serão dados detalhes do encontro por respeito à discrição que a própria família pediu.

O Diretor do Escritório de Imprensa do Vaticano assegurou que não foi fornecida informação alguma sobre o conteúdo do interrogatório da terça-feira e da quarta-feira e que este é verificado diretamente pela magistratura, com a Secretaria de Estado e algumas vezes com o Cardeal Julián Herranz que dirige a comissão cardinalícia encarregada da investigação.

Do mesmo modo, o porta-voz precisou que existem dois processos paralelos de naturezas distintas. Neste sentido, recordou que a comissão cardinalícia informa o Papa diretamente dos fatos para compreender o contexto no qual estes se desenvolveram, porém os relatos feitos à comissão não têm caráter de testemunho.

Por último, o porta-voz vaticano acrescentou que atualmente se vive "uma situação de dor e que a provação continua", mas, ao mesmo tempo, assinala que há elementos "muito claros de atitudes precisas para enfrentar a esta situação como, por exemplo, as declarações de Bento XVI da última quarta-feira.

Além disso, o sacerdote acrescentou que "a viagem a Milão foi um momento belíssimo" que demonstra que "o serviço à Igreja universal continua" e sublinhou que o Papa "continua seu ministério e sua atividade serenamente e que é um ponto de referência sólido para que a Igreja não se deixe aturdir, nem os seus colaboradores".

Em todo caso, admitiu que "o fato de recuperar um clima de confiança é um caminho e não uma questão que se resolve em poucos dias", mas sublinhou que a atitude de "claridade do Papa é um ponto de referência muito importante para a Igreja Universal e também para o interior da cúria vaticana".

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