VATICANO, Jul 25, 2012 / 16:01 pm
As comunidades cristãs e o movimento interreligioso "Mussalaha" ("Reconciliação"), que operam na Síria, estão sendo os principais órgãos de solidariedade em Damasco dentro do clima de terror e morte que assola a capital devido ao enfrentamento armado entre o regime de Bashar al-Assad e os rebeldes.
Conforme informou a agência Fides, 200 mil sírios em Damasco se mobilizam por toda a cidade tentando salvar suas vidas fugindo dos enfrentamentos. Também se reportou que a população vive aterrorizada, enquanto os revolucionários avançam em sua luta, apropriando-se de bairros, edifícios e habitações de civis que se encontram no meio da zona de fogo cruzado.
Entre este deslocamento de famílias inteiras, idosos e crianças, os bairros cristãos de Jaramana, Qassaa, e Bab Touma, converteram-se em oásis de acolhida e solidariedade, sem distinção alguma de etnia, comunidade ou religião.
Dentro deste marco que define a comunidade católica, os jovens cristãos coordenam a acolhida dos novos deslocados enviando-os a escolas, igrejas, e edifícios públicos.
As principais fontes de ajuda à população síria chegam da Cáritas e outras organizações cristãs, como a Middle East Council of Churches (Conselho de Igrejas do Oriente Médio), o Patriarcado Grego-ortodoxo, e a Comunidade de Santo Egidio.
Estes grupos cristãos não só provêem de mantimentos e alojamento os deslocados, mas devido às extremas condições de calor –42 graus de temperatura-, tomaram medidas de limpeza pública que assegure condições mínimas de salubridade à população mediante o voluntariado de coleta de lixo.
O movimento interreligioso Mussalaha chegou a Damasco recentemente para pedir aos rebeldes e ao regime a reconciliação e o abandono das armas. Enquanto isso, os cristãos seguem sendo vítimas do extremismo.
Uma família cristã em Damasco foi assassinada por radicais islâmicos nos últimos dias, um fato trágico para os cristãos de todas as denominações que habitam a capital síria.
A esta tragédia em Damasco, somam-se os recentes ataques do grupo radical islâmico "Liwa al-Islan" ("A Brigada do Islã"), que assassinou outra família cristã no bairro de Bab Touma.
Os militantes do "Liwa al-Islan" bloquearam o veículo de Nabil Zoreb, um oficial civil, e o obrigaram a descer com sua esposa Violet e seus dois filhos, George e Jimmy, matando-os a queima roupa.
Este grupo extremista assumiu a autoria do assassinato de generais de alto escalão do governo Assad, e, além de cristãos, persegue os que apóiam o regime atual, assim como os deslocados iraquianos que ocupam os subúrbios de Oujaira Zanaim e Sada.
Além disso, ao sudeste de Damasco, outros combatentes islamitas do grupo “Jehad al nosra”, atacaram casas de refugiados iraquianos, saqueando-as e queimando-as, obrigando seus ocupantes a saírem.
Por sua parte, o Papa Bento XVI já pediu em diversas ocasiões pelo fim do conflito e seu pedido teve eco recentemente entre os bispos das conferências episcopais européias que lançaram um pedido de oração pela situação na Síria, para se encontre uma solução pacífica para o país.
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