23 de dezembro de 2024 Doar
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A oração é a base de todo testemunho de fé, recorda o Papa Bento XVI

O Papa Bento XVI explicou que a oração é a base de todo testemunho de fé, como demonstrou durante sua vida São Domingos de Gusmão, fundador dos dominicanos, a quem a Igreja celebra hoje e a quem o Santo Padre dedicou a sua catequese habitual das quartas-feiras.

Diante de milhares de fiéis presentes na Praça da Liberdade em Castel Gandolfo, o Papa assinalou que São Domingos é, acima de tudo, um homem de oração que "lembra-nos que, na origem do testemunho de fé, o que todo cristão deve viver em família, no trabalho, na vida social, e até mesmo em momentos de relaxamento, é a oração o contato pessoal com Deus e só este relacionamento real com Deus nos dá força para viver intensamente cada situação, especialmente os momentos mais sofridos".

"Este santo nos lembra também a importância das atitudes externas em nossas orações. O ajoelhar-se, o permanecer em pé diante do Senhor, fixar o olhar no crucifixo, parar e se recolher em silêncio não são atitudes secundárias, mas nos ajudam a nos questionar interiormente, com toda a pessoa, em relação com Deus".

Conforme assinala a Rádio Vaticano, São Domingos, "Apaixonado por Deus, não teve outra aspiração que a salvação das almas, especialmente aquelas caídas nas redes das heresias de seu tempo. Imitador de Cristo, encarnou radicalmente os três conselhos evangélicos, unindo à proclamação da Palavra o testemunho de uma vida pobre".

"Sob a inspiração do Espírito Santo, progrediu no caminho da perfeição cristã. Em todos os momentos, a oração era a força que o renovava e tornava sempre mais fecunda a sua obra apostólica".

O Beato Jordão da Saxônia morto no ano 1237, seu sucessor na guia da Ordem, escreve assim: "Durante o dia, ninguém se mostrava mais amigável que ele... Por outro lado, à noite, ninguém foi mais assíduo que ele na oração. O dia, dedicava ao próximo e, a noite, dava a Deus".

Em São Domingos, disse o Papa, "podemos ver um exemplo de integração harmoniosa entre a contemplação dos mistérios divinos e a atividade apostólica.De acordo com o testemunho de pessoas mais próximas, "ele falava sempre com Deus ou de Deus."?Tal observação indica a sua profunda comunhão com o Senhor e, ao mesmo tempo, o compromisso contínuo de levar os outros a essa comunhão com Deus".

"Não deixou escritos sobre a oração, mas a tradição Dominicana reuniu e transmitiu sua experiência viva em uma obra intitulada: As nove maneiras de rezar de São Domingos. Este livro foi elaborado entre 1260 e 1288 por um frade dominicano. Ele nos ajuda a compreender algo da vida interior do santo e também ajuda-nos, com todas as diferenças, a aprender algo sobre como rezar".

"São, portanto, nove maneiras de orar de acordo com São Domingos e cada uma delas, que realizava sempre diante de Jesus Crucificado, expressa uma atitude corporal e espiritual que, se intimamente compenetrados, favorece-nos o recolhimento e o fervor".

O Papa descreveu logo que os primeiros sete modos seguem uma linha ascendente, como os passos de uma jornada rumo à comunhão com Deus Trindade: "São Domingos reza em pé, inclinado para exprimir humildade, deitado no chão para pedir perdão por seus pecados, de joelhos penitenciando-se para participar dos sofrimentos do Senhor, com os braços abertos olhando para o crucifixo para contemplar o Amor Supremo e olhando para o céu, sentindo-se atraído ao mundo de Deus".

"Os dois últimos aspectos, no entanto, que gostaria de abordar brevemente, correspondem a duas práticas de piedade geralmente vividas pelo santo. Antes de tudo, a meditação pessoal, em que a oração adquire uma dimensão ainda mais íntima, fervorosa e tranquilizante".

O Pontífice ressaltou logo que "No final da recitação da Liturgia das Horas e após a celebração da Missa, São Domingos prolongava a conversa com Deus, sem estabelecer um limite de tempo. Sentado calmamente, recolhia-se numa atitude de escuta, lendo um livro ou olhando para o crucifixo".

"Viveu tão intensamente estes momentos de relacionamento com Deus que aparentemente era possível compreender suas reações de alegria ou de lágrimas. Assim, assimilou a si mesmo, meditando a realidade da fé. Testemunhas dizem que, às vezes, entrava em uma espécie de êxtase, com o rosto transfigurado, mas logo retomava suas atividades diárias, humildemente revigorado pela força que vem do alto".

Logo, prosseguiu o Papa, São Domingos, "praticava a oração enquanto viajava de um convento ao outro, recitava as Laudes, ao meio-dia, as Vésperas com os colegas e, cruzando os vales ou colinas, contemplava a beleza da criação. De seu coração jorrava um hino de louvor e agradecimento a Deus por tantas graças, especialmente a maravilha maior: a redenção feita por Cristo".

Para concluir o Santo Padre chamou a atenção "mais uma vez, para a nossa vida espiritual, a necessidade de encontrar diariamente momentos de oração com tranquilidade.Devemos aproveitar este momento especialmente durante os momentos de férias, reservar um pouco de tempo para conversar com Deus. Será também uma maneira de ajudar aqueles que nos são mais próximos a entrar nos raios luminosos da presença de Deus, que traz paz e o amor que todos nós precisamos. Obrigado".

Em espanhol, Bento XVI disse que São Domingo "recorda-nos que na base de todo testemunho está a oração, pois na relação constante com o Senhor, se recebe a força para viver intensamente cada momento, e inclusive para enfrentar as maiores dificuldades. Muito obrigado e que Deus os abençoe".

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