SANTO DOMINGO, Aug 20, 2012 / 14:31 pm
Na sexta-feira passada faleceu Rosalba Almonte, a adolescente de 16 anos com treze semanas de gravidez que estava recebendo um tratamento de quimioterapia para combater a leucemia, e cuja tragédia foi usada pelos grupos feministas para impulsionar o aborto no país.
A jovem faleceu no Centro Médico dos Mestres (Semma), onde recebia a quimioterapia desde o dia 20 de julho em meio ao debate entre feministas que pediam um aborto e grupos pró-vida que recordavam que a Constituição protege ao ser humano desde o momento da concepção.
Na sexta-feira, 17 de agosto, na madrugada a adolescente expulsou o feto e na manhã faleceu.
Segundo a imprensa local, os médicos indicaram que fizeram o que clinicamente se devia fazer, independentemente da pressão dos meios.
Durante os dias prévios, o Arcebispo de Santo Domingo e Primado da América Latina, Cardeal Nicolás de Jesús López Rodríguez, dispôs que a família fosse socorrida e ajudada através do Centro de Diagnóstico e Medicina Avançada eTelemedicina.
Com o apoio concreto da Igreja foram cobertos todos os gastos dos exames e das plaquetas que Rosalba precisava.
Nesse sentido, o Pe. Manuel Ruíz, que acompanhou o caso e apoiou à família, disse à imprensa que tinham doadores para os exames e que a Igreja cobriria o que o Ministério de Saúde não fizesse.
"Onde estavam as feministas, além de suas rodas de imprensa?", perguntou o sacerdote.
O efeito duplo
No meio do debate, o Pe. Luis Rosário, coordenador da Pastoral Juvenil, emitiu um comunicado difundido em 24 de julho no qual explicou a posição da Igreja nestes casos.
No texto, o sacerdote recordou que do ponto de vista moral existe "a causa do efeito duplo", que consiste em "uma ação para obter um bem, mas que pode ter como consequência algo negativo. Neste caso o bem é obter a saúde da mãe adolescente, enquanto que o possível mal poderia ser a morte do bebê".
"O importante é que se trate de salvar a vida dos dois, naturalmente colocando primeiro a atenção em quem está doente, que é a mulher grávida (…). Em caso de que atendendo à mãe e pondo o devido cuidado e diligencia para salvar a vida do bebê, este morrera, não é uma ação nem moralmente nem legalmente punível", indicou.
"O artigo 37 da Constituição não proíbe atender à mãe em perigo, ao contrário, estabelece que seu direito a viver é inviolável e, portanto, é necessário atendê-la na forma médica e científica mais profissional. O que este artigo proíbe é violar o direito à vida", acrescentou.
Entretanto, advertiu que o que se condena é "a intenção de cometer o crime", como foi o aborto solicitado pelas feministas. "Quem defende a despenalização do aborto, aproveita qualquer ocasião para seguir adiante com sua causa", como foi o caso da Rosalba, indicou.
"O aborto é um crime. Essa mãe adolescente, independentemente de tudo o que possamos falar a respeito, já é uma mãe e necessita o melhor dos cuidados, como também merece cuidado delicado o bebê que está no seu ventre", assinalou em seu comunicado.
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