24 de novembro de 2024 Doar
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Bispo adverte que indiferença com as gangues hondurenhas é postura anti-cristã

Contemplar o drama da violência juvenil e calar é “uma postura anti-evangélica e nada patriota”, advertiu o Responsável pelo Departamento de Juventude da Conferência Episcopal Hondurenha, Dom. Rómulo Emiliani, diante do espiral de violência que acomete o país e tem custado a  vida de milhares de jovens.

Através de um comunicado, o também Bispo Auxiliar de São Pedro de Sula, denunciou que mais de dois mil e 500 jovens menores de 23 anos foram assassinados desde 1998 por diferentes motivos, seja por ajuste de contas entre delinqüentes, vinganças e outros fatores que incidem “neste cruel drama en que sangra Honduras”.

No texto, o Prelado qualifica de “genocídio atual” a situação que se vive e assinala que todo aquele que guarda silêncio se torna cúmplice.

“São jovens estudantes, policiais, delinqüentes, operários e camponeses que são crivados de balas em nossos povos e cidades e milhares de mães e familiares choram suas perdas irreparáveis”, lamenta o Bispo.

Dom. Emiliani indica que se a isto se acrescenta o consumo de álcool e drogas, o desemprego, a crise familiar, mais o ambiente de corrupção, vemos como a juventude hondurenha é levada “a um patíbulo onde lhe estão cerceando a cabeça, decapitando o futuro de nosso país”.

Diante desta situação, assinala que é necessário que o país se comprometa no resgate dos valores e a avaliação pelo dom da vida como algo sagrado. Explica que para isso é necessário intensificar a evangelização do povo e promover os grupos juvenis, que são já uma realidade nas paróquias.

No texto, Dom. Emiliani exige dos governantes capturar “os que assassinam jovens por qualquer motivo” e investigar quem está por detrás destes crimes. Além disso, enfatizou, deve-se propiciar o desenvolvimento da juventude através de uma maior educação, a promoção de empregos dignos e incentivando a vida familiar.

O comunicado também chama a transformar as estruturas sociais e econômicas para lutar contra a pobreza e a violência, além de combater ao narcotráfico, o excessivo consumo de álcool e a promiscuidade sexual em que se vêem imersos muitos jovens.

O Prelado esclareceu que “nunca poderemos justificar um delito”, mas existem causas que levam aos jovens a delinqüir. Por isso, acrescentou, requer-se “promover programas de reabilitação nos presídios e em centros especializados” onde se encontram reclusos.

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