23 de novembro de 2024 Doar
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Bento XVI recorda o Cardeal Martini por seu impecável serviço à Igreja e o Evangelho

O Papa Bento XVI recordou o Cardeal Carlo Maria Martini, Arcebispo emérito de Milão, falecido aos 85 anos de idade no dia 31 de agosto de 2012, como um homem que serviu o Evangelho e a Igreja por “sua intensa obra apostólica difundida como devoto religioso, filho espiritual de Santo Inácio, perito docente, e reputado biblista”.

Em um telegrama de pêsames enviado ontem ao atual Arcebispo de Milão (Itália), Cardeal Angelo Scola, o Santo Padre expressou sua tristeza depois da notícia da morte do Cardeal Martini depois de uma longa doença de Parkinson, “vivida com serenidade de ânimo e com abandono crédulo à vontade do Senhor”.

“Quero expressar, assim como a toda comunidade diocesana e aos familiares do memorável Cardeal, minha profunda participação em sua dor, pensando com afeto neste querido irmão que serviu generosamente o Evangelho e a Igreja”.

“Recordo com gratidão sua intensa obra apostólica difundida como devoto religioso, filho espiritual de Santo Inácio, perito docente, acreditado biblista e apreciado reitor da Universidade Pontifícia Gregoriana e do Instituto Pontifício Bíblico e, igualmente, como solícito e sábio arcebispo desta Arquidiocese ambrosiana. Penso também no competente e fervente serviço que rendeu à Palavra de Deus, abrindo cada vez mais à comunidade eclesiástica os tesouros da Sagrada Escritura, especialmente mediante a promoção da 'lectio divina'”, acrescentou.

Finalmente, o Papa elevou suas ferventes orações ao Senhor “para que, por intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, acolha este fiel servidor e insígne pastor na Jerusalém celeste e outorgo de todo coração a quantos choram sua perda a consoladora bênção apostólica”.

A Cúria Romana se une ao Santo Padre no consolo aos familiares

De igual maneira, o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, enviou um telegrama ao Cardeal Scola para manifestar, em nome da Secretaria de Estado e de toda a Cúria Romana, os profundos pêsames pela morte do Cardeal Martini, quem “testemunhou e ensinou o primado da vida espiritual e ao mesmo tempo a escuta atenta do ser humano em suas diversas condições existenciais e sociais”.

O Cardeal Bertone recordou também o Cardeal Martini como um “perito e apaixonado da Sagrada Escritura, as quais soube dar a conhecer e fazer meditar a todos os componentes do Povo de Deus e a muitas pessoas em busca da verdade”.

O Cardeal Martini, o homem que dedicou sua vida a aproximar o povo da Bíblia

O Cardeal Martini nasceu em 15 de fevereiro de 1927, Turim, Itália. Ingressou na Companhia de Jesus no dia 25 de setembro de 1944. Foi ordenado sacerdote em 13 de julho de 1952, em Chieri, Turim (Itália).

Foi designado Arcebispo de Milão no dia 29 de dezembro de 1979, recebendo a ordenação episcopal em 6 de janeiro de 1980. Serviu nessa Arquidiocese por mais de 20 anos, iniciando um programa de difusão da Bíblia e de diálogos intelectuais que deixou uma forte marca na cidade.

Foi criado Cardeal em 2 de fevereiro de 1983 pelo Beato Papa João Paulo II.

Doutor em Teologia e em Sagrada Escritura, o Cardeal Martini foi reitor do Pontifício Instituto Bíblico e da Pontifícia Universidade Gregoriana. Em 1978, Pablo VI o convidou a pregar os exercícios espirituais no Vaticano.

Escreveu vários livros nos quais aprofundou os exercícios espirituais do fundador dos jesuítas, Santo Inácio de Loyola, como "Os exercícios inacianos à luz de São João", "O itinerário espiritual dos Doze no Evangelho de São Marcos", "Os exercícios inacianos à luz de São Mateus", entre outros.

Em outubro de 1999 foi renomado Doutor ad honorem pela Academia Russa das Ciências. Recebeu o Prêmio Príncipe do Asturias das Ciências Sociais, Espanha, outubro de 2000. Recebeu o Prêmio Europa do 2000. Foi membro da Pontifícia Academia das Ciências desde novembro de 2000.

Na Cúria Romana foi membro das Congregações para as Igrejas Orientais, para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica e para a Educação Católica. Do mesmo modo, foi membro do Pontifício Conselho para a Cultura e da Comissão para o Patrimônio Cultural da Igreja.

depois de chegar à idade de aposentadoria (75 anos) como Arcebispo de Milão no ano 2002, o Cardeal Martini se transladou a Jerusalém para dedicar-se ao estudo da Sagrada Escritura e a escrever de novo sobre a Bíblia. Nos últimos anos mantinha o contato com os fiéis de Milão através de uma seção de resposta aos leitores do jornal italiano IL Correr della Sera.

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