19 de dezembro de 2024 Doar
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Sacerdote expulso da Síria pede orações pela viagem do Papa ao Líbano

O sacerdote jesuíta Paolo Dall'Oglio que foi expulso da Síria em junho deste ano por promover manifestações pacíficas a favor da reconciliação, animou desde Roma a todos para que participem da Semana pela Solidariedade, uns dias de oração pela Síria e incluiu nas intenções desta semana a viagem do Papa Bento XVI ao Líbano.

A Semana pela Solidariedade começou no dia 3 de setembro desde a Seção Italiana de Religiões para a Paz em Roma, que apoia a iniciativa do Pe. Dall’Oglio com uma semana de jejum, oração, reflexão e sensibilização para apoiar ao povo sírio afetado pela guerra civil, assim como reivindicar a democracia, dignidade e respeito dos direitos humanos no país.

Em declarações ao grupo ACI, o Pe. Dall’Oglio assinalou que Síria "está sofrendo enormemente, mas as pessoas estão esperançadas".

"Querem ter uma Síria democrática onde a vontade de estar juntos não venha de fora, mas seja realmente uma primavera desde dentro, da alma do povo".

"Tivemos 40 anos de ditadura totalitária, um regime com uma profunda falta de respeito pelos direitos humanos. Ao mesmo tempo, a sociedade civil começou a crescer em consciência, necessidades e exigências.", adicionou.

O presbítero, que também fundou a Comunidade Monástica do Deir Mar Musa (perto de Damasco), que oferece ajuda à população civil em apuros, denunciou o derramamento de sangue que se vive todos os dias nas ruas do país. "Muita gente está perdida, há muitos lutando pela liberdade e pela democracia que foi perdida, muitas pessoas boas e jovens. É uma tremenda tragédia e as relações sociais são mais difíceis agora do que há um ano e meio atrás", denunciou.

Apesar das circunstâncias, para o Pe. Dall’Oglio, ainda há esperança. "Vejo isso no fato de que os sírios são muito apegados a seu país, muito apegados ao fato de ser um país mosaico. O povo quer conservar isso. Estão comprometidos com o pluralismo e acho que entendem hoje mais que nunca que não podem pensar que seja possível viver com os muçulmanos sem respeito, amor ou consideração religiosa", disse.

Durante a Semana pela Solidariedade, muitos sírios comprometidos com a democracia se reunirão em Roma para dar testemunho dos problemas da guerra civil e da violência. Terão atenção especial as vítimas: refugiados, deslocados, prisioneiros, encarcerados, torturados, raptados, desaparecidos, mulheres e crianças civis, menores armados e obrigados a participar da repressão.

O objetivo destes dias é semear a semente de uma solidariedade duradoura para a reconciliação nacional, e a revitalização civil, social e psicológica dos jovens relacionados com o conflito armado.

"Não podemos viver com outros sem uma consideração religiosa ou teológica do peso e do papel destas pessoas na história da salvação", disse o Pe. Dall’Oglio. Por isso, "acredito, como católico, que os muçulmanos têm o mesmo problema: como aceitar a presença dos cristãos, de judeus na região, como parte da sua visão teológica?".

"Mais que nunca, se não somos inclusivos, mas fiéis a nossa convicção, não poderemos ser construtivos e positivos para conseguir equilíbrio em nossas sociedades", concluiu.

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