23 de novembro de 2024 Doar
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O Papa no Oriente Médio será exemplo para a comunidade internacional

O sacerdote jesuíta italiano Paolo Dall'Oglio, expulso da Síria em junho por promover manifestações pacíficas a favor da reconciliação do país, considerou que a viagem do Papa Bento XVI ao Oriente Médio será um luminoso exemplo de compromisso com a paz para toda a comunidade internacional.

Através de um comunicado assinado no dia 11 de setembro, o Pe. Dall’Oglio expressou que, ante a situação na Síria, confia em que o exemplo e a presença do Papa suponha "um ponto decisivo na construção de uma sociedade civil governada segundo a justiça e a harmonia de todos seus componentes sociais, cristãos e muçulmanos".

Além disso, o Pe. Dall’Oglio promove desde Roma a Semana pela Solidariedade, que consiste em orar pelos frutos da viagem que o Papa Bento XVI realizará ao Líbano, do 14 ao 16 de setembro.

Na nota, escrita com a colaboração de um grupo de cristãos e muçulmanos e a coalizão Religions for Peace (Religiões pela Paz), o sacerdote expressou também, seus desejos de que o povo libanês faça uma adesão ao Santo Padre no seu chamado à liberdade e ao respeito para a vida da população civil na Síria.

"Confiamos em que esta viagem represente um ponto de referência luminoso sobre o sentimento que o povo do Oriente Médio tem para a realização das suas justas aspirações de liberdade e dignidade", particularizou.

Conforme denunciou o presbítero, que está há mais de 30 anos intercedendo pela paz na Síria, "a destruição do país está acontecendo com a cumplicidade internacional e pela omissão culposa de todos, que ao invés de levar a uma possível paz, acarretará consequências horríveis e divisórias que se estenderiam com grande alcance e sem exceção tanto aos países mais próximos como aos mais longínquos".

Nesta linha, indicou que o governo sírio durante a visita "tentará, com efeito, apropriar-se de frases evangélicas e chamadas à reconciliação para justificar as mentiras do regime e oferece-las aos países de maioria cristã".

Estes pronunciamentos, serão utilizados "como pretextos para continuar deixando de exercer suas responsabilidades e dar ao regime a possibilidade de derramar ainda mais sangue na Síria", consideraram.

O Pe. Dall’Oglio recordou que o povo sírio é "vítima da violência e da repressão do regime".

"Desgraçadamente, há alguns atores no conflito que pertencem a todos os componentes da sociedade síria e que continuam defendendo, embora a níveis diversos, o regime genocida sírio, e vivem uma situação de medo, submissão e cumplicidade", acrescentou.

Finalmente, recordou que a visita do Papa acontece em um momento decisivo do processo de transformação da nação síria, e mostrou seu desejo de que este ato de presença alente a todos os entes internacionais a que se pronunciem de maneira decisiva em relação aos direitos do povo sírio e de sua luta pela dignidade e a liberdade.

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