22 de novembro de 2024 Doar
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Bento XVI: Devemos alegrar-nos e não ter inveja das boas obras

Em suas palavras prévias à oração do ângelus, diante dos milhares de peregrinos reunidos em  Castel Gandolfo, o Papa Bento XVI exortou os cristãos a “gozar por cada gesto e iniciativa de bem, sem invejas nem ciúmes”.

Ao referir-se ao Evangelho de hoje, o Santo Padre assinala que Jesus não só não permitiu que João impeça um homem, que não era seguidor do Senhor, de expulsar demônios, mas também “aproveita aquela situação para ensinar a seus discípulos que Deus pode realizar coisas boas e até prodigiosas também além de seu próprio círculo”.

Jesus ensinou a seus discípulos, destacou o Papa, “é possível colaborar com a causa do Reino de Deus de diversos modos, até oferecendo um simples copo de água a um missionário”.

O apóstolo João, jovem e zeloso – explicou Bento XVI – queria impedir-lhe, mas Jesus não o permitiu, e ensinou a seus discípulos que Deus também pode atuar coisas boas ou prodigiosas fora de seu ambiente, e que se pode colaborar com a causa do Reino de várias maneiras, inclusive oferecendo um copo de água a um missionário”.

O Papa prosseguiu: “Assim como na Igreja Católica existem coisas que não são católicas, fora da Igreja Católica também pode haver algo católico”.

“Por isso – comentou – os membros da Igreja não devem sentir ciúmes, mas alegrar-se se alguém de fora da comunidade faz o bem em nome de Cristo, desde que o faça com intenção honesta e com respeito. Sendo assim – concluiu – devemos ser sempre capazes de nos apreciar e nos estimar reciprocamente”.

“Também no interior da Igreja mesma pode acontecer, às vezes, que custe valorizar e apreciar, em um espírito de profunda comunhão, as coisas boas realizadas pelas distintas realidades eclesiásticas”, lamentou.

Entretanto, exortou o Papa, “todos temos que ser sempre capazes de apreciar e estimar-nos mutuamente, elogiando o Senhor pela infinita ‘fantasia’ com a qual obra na Igreja e no mundo”.

Bento XVI também se referiu à “denúncia do apóstolo Tiago contra os ricos desonestos, que põem suas seguranças nas riquezas acumuladas pela força da violência”.

“As palavras do apóstolo Tiago, enquanto advertem contra a vã cobiça dos bens materiais, constituem uma forte chamada a usá-los na perspectiva da solidariedade e do bem comum, agindo sempre com equidade e moralidade em todos os níveis”.

Citando São Cesáreo de Arles, o Papa disse que “a riqueza não pode fazer o mal a um homem bom, porque ele a doa com misericórdia, assim como não pode ajudar um homem mau, enquanto a conserve com avidez ou esbanjando e dissipando-a”, concluiu.

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