Vaticano, Nov 15, 2012 / 13:47 pm
O Cardeal Robert Sarah retornou ao Vaticano logo depois de visitar o Oriente Médio como enviado especial do Papa Bento XVI para fazer um chamado à paz e entregar um milhão de dólares da parte do Pontífice para ajuda humanitária na Síria e outros países em conflito.
O Cardeal Sarah dirige o Pontifício Conselho Cor Unum e foi nomeado pelo Santo Padre para visitar a região e chegou a Beirute (Líbano) ao não poder ingressar na Síria por razões de segurança.
O purpurado retornou a Roma logo depois de reunir-se com os refugiados sírios que buscaram abrigo no país vizinho. O Cardeal também se reuniu com 20 agências católicas de caridade que trabalham no Líbano, na Síria, na Jordânia, na Turquia e no Iraque.
Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano, o Cardeal Sarah explicou que “a Igreja local sentiu grande emoção frente a esta missão querida pelo Papa para estudar no lugar o que podemos fazer para ajudar a população da Síria que se encontra em terra libanesa, em condições humanas e sanitárias muito difíceis”.
O milhão de dólares doado pelo Papa será distribuído entre as agências caritativas católicas da região. Deu-se prioridade à Síria, por ter mais de dois milhões de refugiados, aos quais serão destinados 700 mil dólares, enquanto que os outros 300 mil, serão distribuídos às outras Caritas na Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque.
“É um pequena gota, quando se vê a necessidade, mas foi um donativo verdadeiramente apreciado pela população. Pedimos a outras organizações caritativas da Igreja que aumentem sua generosidade, porque sabemos que a guerra pode causar mais deslocados e poderiam necessitar mais ajuda”, disse.
O enviado do Papa, expressou sua tristeza pelas dificuldades nas quais se encontram os refugiados nos campos, onde falta água, luz e todo tipo de medidas higiênicas.
O Cardeal recebeu testemunhos assustadores como o de uma mãe com um menino de quatro meses que chorando pedia que salvassem seu pequeno, ou de uma mulher muçulmana, coberta com um véu, que agradeceu entre soluços a ajuda recebida e disse ao prelado: “vocês me trataram como um ser humano. Vocês me devolveram minha dignidade, a qual jamais encontrei em minha comunidade religiosa”.
Os muçulmanos percebem a caridade católica
Segundo referiu o Cardeal Sarah, os muçulmanos estão percebendo de maneira positiva como a Igreja se dirige e trata os seres humanos, em especial os mais necessitados. Além disso, assegurou que a Cáritas Líbano está fazendo um grande trabalho para ajudá-los.
Ao anunciar a doação de um milhão de dólares e a intervenção direta da Igreja no conflito mediante o Cardeal Sarah, o Papa Bento XVI advertiu que o gesto era necessário “antes que fosse tarde demais”. Sobre este pronunciamento, o Cardeal Sarah expressou que a comunidade internacional está reagindo, e que “não devemos excluir a Deus nas negociações”.
“A voz do Santo Padre, sua exortação a rezar pela Síria, parece-me uma voz importante e não só para Síria, mas também para todos os lugares do mundo onde há conflitos que semeiam sofrimento e morte”, e onde “os cristãos devem rezar, porque o Senhor disse: sem mim não podeis fazer nada”, concluiu.
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