20 de dezembro de 2024 Doar
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O Papa recorda que a vida é um dom que deve ser protegido por crentes e não crentes

Em sua mensagem aos participantes da edição portuguesa do Átrio dos Gentis, onde se reúnem tanto crentes como não crentes para dialogar, o Papa Bento XVI afirmou que a vida não não deve ser entendida como algo que se possa dispor livremente, mas como dom a guardar fielmente.

“A consciência da sacralidade da vida que nos foi confiada, não como algo de que se possa dispor livremente, mas como dom a guardar fielmente, pertence à herança moral da humanidade. «Mesmo entre dificuldades e incertezas, cada homem sinceramente aberto à verdade e ao bem, com a luz da razão e não sem o secreto influxo da graça, pode chegar a reconhecer na lei natural inscrita no coração (cf. Rm 2, 14-15) o valor sagrado da vida humana desde o primeiro momento do seu início até ao seu termo» (Enc. Evangelium vitæ, 2). Não somos produto casual da evolução, mas cada um de nós é fruto de um pensamento de Deus: somos amados por Ele.”, assinalou.

O Papa explicou que a razão pode aferrar o valor da vida, mas só o amor infinito e onipotente de Deus dá a vida eterna. “Esta é a certeza que a Igreja anuncia”, indicou.

Bento XVI lamentou que na idade moderna, o homem tenha querido “subtrair-se ao olhar criador e redentor do Pai (cf. Gn 4, 14), fundando-se sobre si mesmo e não sobre o Poder divino" e não em Deus.

“É preciso tornar a abrir as janelas, olhar de novo a vastidão do mundo, o céu e a terra e aprender a usar tudo isto de modo justo. De facto, o valor da vida só se torna evidente, se Deus existe. Por isso, seria bom se os não-crentes quisessem viver «como se Deus existisse». Ainda que não tenham a força para acreditar, deviam viver na base desta hipótese; caso contrário, o mundo não funciona. Há tantos problemas que devem ser resolvidos, mas nunca o serão de todo, se Deus não for colocado no centro, se Deus não se tornar de novo visível no mundo e determinante na nossa vida. Aquele que se abre a Deus não se alheia do mundo e dos homens, mas encontra irmãos: em Deus caem os nossos muros de separação, somos todos irmãos, fazemos parte uns dos outros”, afirmou o Santo Padre.

“Meus amigos, gostava de concluir com estas palavras do Concílio Vaticano II aos homens de pensamento e de ciência: «Felizes os que, possuindo a verdade, a procuram ainda a fim de a renovar, de a aprofundar, de a dar aos outros» (Mensagem, 8 de dezembro de 1965). Tal é o espírito e a razão de ser do «Átrio dos Gentios». A vós comprometidos de várias maneiras neste significativo empreendimento, manifesto o meu apoio e dirijo o meu mais sentido encorajamento. O meu afeto e a minha bênção vos acompanham hoje e no futuro”, concluiu o Pontífice.

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