MADRI, Nov 30, 2012 / 14:33 pm
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja Que Sofre (AIS) apoia os dez por cento de católicos que vivem na Albânia através da ajuda em cinco dioceses e em 21 projetos para a construção e reabilitação de igrejas, centros paroquiais e juvenis, no marco dos cem anos da independência do país, celebrada no 28 de novembro, e mais de vinte anos depois da queda do regime comunista.
Na atualidade, segundo um relatório da AIS, alcançaram-se novas liberdades para cristãos e muçulmanos embora também novos desafios e problemas tenham surgido.
Concretamente, o estudo aponta que, embora não existam estatísticas confiáveis, sabe-se que quase dois terços da população albanesa pertence ao Islã sunita, pouco menos de um quarto dela à Igreja Ortodoxa Autocéfala e 10 por cento dos cidadãos à Católica.
Precisamente, AIS recorda que, durante os tempos da repressão na Albânia, o Papa João Paulo II convidou em várias ocasiões a rezar pelos cristãos perseguidos albaneses e em 25 de abril de 1993 pôde, finalmente, visitar o país e consagrar na catedral de Shkoder quatro bispos oriundos.
Conforme indica, a Igreja Católica albanesa mantém tradicionalmente um estreito contato com a Igreja Católica italiana, ao ponto de que três dos seis bispos da Albânia são italianos assim como a maioria das religiosas e sacerdotes.
Além disso, indica que no sul da Albânia, habitado sobre tudo por muçulmanos, a mensagem cristã "cai em terra fértil" pois as religiosas, vindas da Itália, Irlanda, Alemanha, Eslováquia e Líbano, ocupam-se da pastoral e das obras de caridade.
Não obstante, AIS adverte que alguns lugares, sobre tudo, no inverno são totalmente "inacessíveis" e que os habitantes das montanhas que emigram às cidades costumam isolar-se dos outros. Nestas condições, conforme remarca, a catequese é "difícil" razão pela qual as religiosas a oferecem vinculada a uma formação profissional.
Neste sentido, o relatório aponta que os bispos católicos gostariam de dispor de mais igrejas pequenas para as comunidades de fiéis destes povoados das montanhas e que, nas cidades, a Igreja aposta cada vez mais pela pastoral juvenil, "para transmitir aos jovens valores cristãos que os ajudem a dar um sentido para suas vidas para assim não esbanjar seu tempo consumindo álcool".
Por outra parte, o responsável pela Europa Sudoriental da Ajuda à Igreja que Sofre, Peter Rettig, adverte de que, embora na Albânia o Islã seja "moderado", entretanto, "há jovens ímãs", em particular, "estudiosos formados na Turquia e Arábia Saudita que exigem um Islã mais severo e puro" e criam tensões.
"O que me contaram os beneficiários dos nossos projetos não é dramático, mas a quantidade de eventos indica uma tendência preocupante", assinala.
Sobre os problemas que sacodem este país, além do fato de ser "um dos mais pobres da Europa" com "mais de 20 por cento da população vivendo abaixo do umbral da pobreza e uma taxa de desemprego que ultrapassa 25 por cento, os subornos especialmente "na justiça, a administração fiscal, nos cartórios, na alfândega e no âmbito escolar".
Igualmente, o membro da AIS explica que outro problema reside nos "estendidos litigiosos em torno de bens imóveis e terras" ao ponto que a Igreja Católica tem que "lutar por terrenos adquiridos legalmente".
Rettig explica que isto dificulta a construção de capelas, igrejas e casas paroquiais, e que por esta razão importantes projetos não avançam.
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