Cardeal inglês pede incluir defesa da vida em agenda eleitoral

LONDRES, Mar 16, 2005 / 17:56 pm

Em um artigo publicado na edição online do periódico britânico Times, o Arcebispo do Westminster e Primado da Inglaterra e Gales, Cardeal Cormac Murphy-O’Connor, assinalou que o tema da defesa da vida deve ser um assunto a discutir na campanha por volta das próximas eleições de maio.

O Cardeal também apoiou um pedido do Michael Howard, membro do Parlamento, para reduzir o período do aborto legal, de 24 a 20 semanas. "Parece-me que este assunto e outros mais devem estar no debate eleitoral”, declarou o Cardeal a rádio da cadeia BBC no programa The World At One.

"Está mal dizer que não existe relação entre religião e política. A religião não tem que ver só com o amor de Deus mas também com o amor ao próximo e este amor envolve este tipo de temas”, indicou.

O Arcebispo fez estas declarações logo que os três líderes partidários opinassem sobre o tema na revista Cosmopolitan. Além disso, sua apreciação apareceu na carta que dirigiu aos fiéis lhes solicitando que exijam aos membros do Parlamento que estabeleçam uma posição nestes assuntos de defesa da vida.

A diferença do Howard, o Primeiro-ministro Tony Blair não considera necessária uma modificação na legislação do aborto. Um de seus porta-vozes assinalou que "o Primeiro-ministro acredita que este é um assunto de consciência para ambos os setores da Câmara. Acredita que deve ser debatido de maneira acalmada e não nesta circunstância” e adicionou que "por essa razão, em sua opinião, seria uma lástima que isto se convertesse em um assunto político ou eleitoral”.

Por sua parte, o Cardeal comentou que “no passado imperou a idéia de que os católicos apoiariam mais aos trabalhistas porque são pelo geral gente trabalhadora que defendia melhor suas necessidades. Não estou seguro de que isso siga sendo válido hoje” e acrescentou que "sentiria muito se a gente acreditasse que estava pedindo aos católicos que votem por um ou outro partido, essa não era a minha intenção. O que sim acredito é que os católicos devem tomar uma decisão considerando os assuntos mencionados na carta”