22 de dezembro de 2024 Doar
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Funcionário vaticano alenta a França a manifestar outra vez seu "sim" ao matrimônio

Dom Jean Laffitte

Desde o Vaticano, o secretário do Pontifício Conselho para a Família, Dom Jean Laffitte, animou aos franceses a continuar lutando e manifestando-se contra o projeto de lei do presidente François Hollande, que legalizaria o matrimônio entre homossexuais e lhes concederia a adoção de crianças.

No último dia 13 de janeiro, mais de um milhão de pessoas se uniram em Paris (França) na denominada "Marcha para Todos" em defesa do autêntico matrimônio e contra o projeto de lei.

Segundo dados do jornal francês Le Figaro, a contraparte não chegou nem a 125 mil pessoas na última manifestação feita no domingo passado em Paris.

Em uma entrevista concedida ao grupo ACI em 15 de janeiro, Dom Laffitte animou aos manifestantes a favor do matrimônio verdadeiro a não desfalecer. "Ânimo e permaneçam na esperança, o que fizeram no dia13 de janeiro foi algo grande e exemplar, e o que foi feito uma vez, pode ser feito uma segunda vez", disse.

Laffitte, natural de Oloron-Sainte-Marie (França), alentou também as famílias a repetir sua proposta e recordou-lhes que "há países nos quais não houve somente uma manifestação, mas sim duas, três, quatro todos os anos e agora temos que ser uma sociedade dinâmica e que age em favor da defesa dos valores autênticos e verdadeiros".

Por outro lado, o funcionário vaticano assinalou que isto não é uma guerra política e assegurou que há "pessoas de boa vontade que disseram ‘não, não posso aceitar em nome dos meus filhos, em nome da minha família, não posso aceitar’, os adultos deram testemunho aos jovens de que se tratava de um tema importante, e os jovens deram testemunho aos adultos de que eram conscientes e valentes para defender a sociedade que querem".

Com a manifestação de 13 de janeiro, os franceses que saíram "estiveram realmente exemplares e demonstraram uma determinação tranquila que é exemplar. Os franceses conseguiram dar este testemunho, que pode preparar o povo para coordenar-se e salvar algo que seja bom para o bem comum", acrescentou.

Os debates no parlamento em relação ao projeto de lei começaram na tarde de 29 de janeiro e já se fala de um possível referendo. A assembleia continuará reunindo-se até o dia 10 de fevereiro, enquanto que a votação oficial não chegará até o dia 12 do mesmo mês.

Por sua parte, a oposição liderada pelo presidente da União por um Movimento Popular (UMP), Christian Jacob, propõe em contrapartida um projeto alternativo de aliança civil que dê assistência e ajuda aos casais do mesmo sexo.

Conforme informou o jornal Avvenire, as opiniões estão divididas na França e embora as pesquisas de opinião mostrem que seis de cada dez franceses são favoráveis ao matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, um mesmo número rejeita a adoção por parte destes casais.

Fazendo referência à adoção por parte de pessoas homossexuais, Dom Laffitte explicou que investigações científicas feitas pelo grupo Família Recurso para a Sociedade, demonstram que a personalidade do indivíduo necessita de uma referência masculina e feminina para conformar a personalidade completa.

"Quando falta uma estabilidade familiar as crianças ficam expostas a desequilíbrios como a delinquência. Entre casais homossexuais não existe um modo equilibrado de viver a homossexualidade… as estatísticas demonstram que as pessoas do mesmo sexo que convivem se separam depois de uma média de quatro anos de convivência, enquanto que as heterossexuais duram por decênios".

"É injusto decidir a priori que uma crianças seja privada da presença de um pai e uma mãe, da complementariedade sexual de seus pais", sublinhou.

O Prelado considerou também que esta proposta também ataca à mesma população homossexual. "Eu diria que há uma certa violência contra as mesmas pessoas homossexuais, porque dentro de uma população homossexual nem todos estão a favor do matrimônio. Dentro da manifestação do dia 13 de janeiro havia grupos de homossexuais abertos, que não estavam de acordo. Diziam, ‘nós conhecemos bem o modo em que vivemos nossa sexualidade, reivindicamos o direito de viver como entendemos, mas ainda não podemos dizer que nosso modo de viver seja o apropriado para oferecer a uma criança o ambiente no qual poderá crescer de maneira harmoniosa’", concluiu.

Novas manifestações na França

No momento, está previsto que no próximo dia 2 de fevereiro pela tarde sejam feitas 90 manifestações em diferentes regiões da França, novamente a favor da família, do matrimônio e do direito à adoção somente a casais compostos por um homem e uma mulher.

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