18 de dezembro de 2024 Doar
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Primeira votação no Reino Unido aprova “matrimônio” gay

A Câmara dos Comuns britânica aprovou a legalização do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, em uma votação que dividiu a bancada partidária do governante Partido Conservador, onde a maioria dos deputados optaram votaram contra a medida apesar do apoio do primeiro-ministro, David Cameron, à iniciativa.

Conforme assinala a agência Europa Press, a norma, aprovada com 400 votos a favor e 175 em contra, propõe dar luz verde às uniões homossexuais na Inglaterra e Gales a partir de 2014, data a partir da qual poderão celebrar-se matrimônios deste tipo tanto em cerimônias civis como em religiosas, embora neste último caso, a realização da cerimônia dependerá do que determine cada uma das instituições. Está excluída a Igreja anglicana.

O texto depende ainda de uma série de trâmites parlamentares, incluindo uma votação na Câmara dos Lords, mas a maioria obtida pela iniciativa esta terça-feira supõe um respaldo frente aos debates que faltam e que poderiam concluir-se este ano.

Os meios britânicos calcularam que entre 139 e 140 deputados do Partido Conservador se posicionaram contra e estimaram em 132 o número de respaldos. Embora tecnicamente isto não supõe desobedecer as diretrizes dopartido, já que existe liberdade de voto, sim supõe um reflexo do debate existente nas filas “tories”.

Cameron, lançou uma recente apelo por escrito a favor do “matrimônio” homossexual, considerando-o um "importante passo adiante" que fará "mais forte" a sociedade britânica e fomentará a "igualdade" entre os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual.

A Câmara dos Comuns escutou nesta terça-feira opiniões a favor e contra a legalização do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. O deputado Roger Gale advertiu que reescrever as normas que regem estas uniões equivale a entrar "no território de Alice no País das Maravilhas", enquanto que seu companheiro de filas Edward Leigh defendeu que o matrimônio é "por sua natureza uma união heterossexual".

"Não é uma evolução, é uma revolução", disse.

Em meados de janeiro, mais de mil sacerdotes ingleses assinaram uma carta dirigida ao jornal britânico The Daily Telegraph, exortando os legisladores locais a "não terem medo de rechaçar" esta proposta.

Entre os assinantes há oito bispos. A missiva assinala que "não tem sentido argumentar que os católicos e outras crenças podem ensinar sobre o matrimônio nas escolas e em outros lugares, se em outras instâncias for defendida a postura contrária do mesmo”. O matrimônio é o "fundamento e o pilar de nossa sociedade",  porque daí dá lugar ao "lar, às crianças e à vida familiar", recordam.

"Se for aprovada a lei para o “matrimônio” homossexual, haveria muitas consequências legais" advertiram os sacerdotes, da mesma maneira os advogados advertiram que se for aprovada a norma, as escolas católicas poderiam sofrer graves consequências.

Os professores correm o risco de ser disciplinados ou despedidos por negar-se a promover o “matrimônio” do mesmo sexo, além disso os capelãos dos hospitais, das prisões e as bases militares poderiam enfrentar represálias legais.

Os sacerdotes assinalam que a "complementariedade natural" dos sexos masculino e feminino conduz ao matrimônio a uma "associação permanente" entre um homem e uma mulher.

O Bispo da diocese de Portsmouth, Monsenhor Philip A. Egan assinou a carta e disse ao Telegraph que no texto se utiliza uma "linguagem clara".

Sendo aprovada esta norma, precisou, “o ensino em nossas escolas católicas ou dar testemunho da fé cristã do que o matrimônio significa, não poderão ser feitos porque poderíamos ser presos por intolerantes ou homofóbicos".

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