20 de dezembro de 2024 Doar
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Bento XVI: Deus não vê tanto a “qualidade” dos seus escolhidos mas a sua fé

Em suas palavras prévias à oração do Ângelus, na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI refletiu sobre o episódio da pesca milagrosa no Evangelho, e sublinhou que Deus “não olha tanto a qualidade dos escolhidos, mas sua fé, como a de Simão que diz ‘Por causa de tua palavra, lançarei a rede’”.

O Santo Padre recordou que “Enquanto de fato a multidão corre à margem do lago de Genesaré para escutar Jesus, Ele vê Simão desanimado por não ter pescado nada a noite toda”.

“Primeiro pede-lhe para entrar em seu barco para pregar para as pessoas estando a uma curta distância da margem; depois, terminada a pregação, ordena-lhe que saia com seus companheiros e lance as redes”.

O Papa assinalou que “Simão obedece, e esses pescam uma quantidade incrível de peixes. Deste modo, o evangelista faz ver como os primeiros discípulos seguiram Jesus confiando-se a Ele, fundando-se sobre sua Palavra, acompanhada também por sinais milagrosos. Observamos que, antes deste sinal, Simão se dirige a Jesus chamando-o de “Mestre”, enquanto depois o chama de “Senhor”.

“É a pedagogia do chamado de Deus, que não olha tanto para a qualidade dos eleitos, mas à sua fé, como aquela de Simão que diz “Por causa de tua palavra, lançarei a rede”’”, ressaltou.

Bento XVI sublinhou que “a imagem da pesca refere-se à missão da Igreja. Comenta a este respeito Santo Agostinho: “Duas vezes os discípulos começaram a pescar sob o comando do Senhor: uma vez antes da paixão e outra depois da ressurreição. Nas duas pescarias está representada toda a Igreja: a Igreja como ela é hoje e como será depois da ressurreição dos mortos. Agora acolhe uma multidão impossível de ser contada, e compreende bons e maus; e depois da ressurreição compreenderá apenas os bons””.

O Papa indicou que “A experiência de Pedro, certamente única, também é representativa do chamado de cada apóstolo do Evangelho, que nunca deve se desencorajar no anunciar Cristo a todos os homens, até aos confins do mundo”.

“Todavia, o texto de hoje faz refletir sobre a vocação ao sacerdócio e à vida consagrada. Essa é obra de Deus. O homem não é o autor da própria vocação, mas dá resposta à proposta divina; e a fraqueza humana não deve ter medo se Deus chama. É preciso  ter confiança na sua força que atua precisamente na nossa pobreza; temos de confiar sempre mais no poder da sua misericórdia, que transforma e renova”.

O Papa expressou seu desejo de que “esta Palavra de Deus reaviva também em nós e nas nossas comunidades cristãs a coragem, a confiança e o entusiasmo no anunciar e testemunhar o Evangelho. Os fracassos e as dificuldades não levem ao desânimo: a nossa tarefa é lançar as redes com fé, o Senhor faz o resto. Confiemos também na intercessão da Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos. Ao chamado do Senhor, Ela, bem consciente de sua pequenez, respondeu com total confiança: “Eis-me aqui”. Com sua ajuda materna, renovemos a nossa disponibilidade de seguir Jesus, Mestre e Senhor.”

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