VATICANO, Feb 24, 2013 / 08:44 am
Em um comunicado emitido ontem, 23, pela Secretaria de Estado, o Vaticano qualificou de “deplorável” a difusão de múltiplas notícias falsas, ou não verificadas, contra autoridades da Igreja, e sublinhou que a Santa Sé sempre defendeu fortemente “a liberdade do Colégio de Cardeais” que escolhe o Papa.
A Santa Sé assinalou que “é deplorável que, à medida que se aproxima o início do conclave e os cardeais eleitores estarão obrigados, em consciência e ante Deus, a expressar com plena liberdade sua eleição, multiplique-se a difusão de notícias, freqüentemente não verificadas ou não verificáveis, ou inclusive falsas, até mesmo com graves danos para as pessoas e as instituições”.
Recentemente a imprensa internacional, particularmente em espanhol, depois de um erro de tradução da agência informativa Associated Press (AP), difundiu a falsa notícia de que o Arcebispo de Nova Iorque, Cardeal Timothy Dolan, tinha sido destituído do seu cargo em 20 de fevereiro por supostamente encobrir a sacerdotes pedófilos.
A notícia original, publicada no New York Times, indicava simplesmente que o Cardeal tinha testemunhado ante autoridades civis, a respeito de casos de pedofilia na Arquidiocese do Milwaukee, que dirigiu entre 2002 e 2009.
Por sua parte, o jornal italiano La Reppublica difundiu uma informação sem sustento documentário algum, assegurando que há um “dossiê” secreto apelidado “a mãe de todos os arquivos”, que revelaria interesses econômicos, ingerência de um lobby gay no Vaticano, e conflitos de poder entre Cardeais, que “afetarão o Conclave”.
Diante da onda de agravios e rumores, a Santa Sé remarcou que “a liberdade do Colégio de Cardeais, que tem a tarefa, conforme estabelece o direito, de escolher o Romano Pontífice, sempre foi fortemente defendida pela Santa Sé, como garantia de uma decisão que estivesse baseada em avaliações motivadas unicamente pelo bem da Igreja”.
“Através dos séculos, os Cardeais tiveram que enfrentar múltiplas forma de pressão exercidas sobre os eleitores individuais e sobre o mesmo Colégio e cujo fim era condicionar suas decisões, obrando-as a lógicas de tipo político ou mundano”, recordou o comunicado.
O Vaticano denunciou que “se no passado eram as denominadas potências, quer dizer, os Estados os que tentavam fazer valer seus condicionamentos na eleição do Papa, agora se tenta pôr em jogo o peso da opinião pública, frequentemente sobre a base de avaliações que não refletem o aspecto tipicamente espiritual do momento que a Igreja está experimentando”.
A Secretaria de Estado da Santa Sé sublinhou que “nunca como nestes momentos, os católicos se centram no essencial: rezam pelo Papa Bento XVI, rezam para que o Espírito Santo ilumine o Colégio de Cardeais, rezam pelo futuro pontífice, confiantes que a sorte da barca de Pedro está nas mãos de Deus”.
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