MADRI, Mar 20, 2005 / 00:59 am
Com a nomeação por parte do Executivo socialista do Carlos García do Andoaín, vereador do PSOE na Prefeitura do Sestao, e o recente contato estabelecido com este por parte do Presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Dom Ricardo Blázquez Pérez; o Governo e o Episcopado deram um passo mais no processo de normalização de relações mútuas.
O Bispo do Bilbao e Presidente do órgão episcopal informou em roda de imprensa que manteve um contato com o vereador socialista que recebeu o encargo do Executivo para “tender pontes” com a Igreja.
Dom Blázquez, informou que o próprio García do Andoaín lhe comunicou pessoalmente sua nomeação, no marco do processo de normalização das relações entre a Igreja Católica e o Governo socialista.
Do mesmo modo, informou aos meios que o vereador vasco "foi durante bastante tempo um leigo com cargos de responsabilidade na diocese de Bilbao, que abandonou quando se implicou diretamente em política". Segundo Dom Blázquez, García do Andoaín, junto a outros companheiros provenientes do socialismo católico escreveram um livro ("Tender pontes") no que apostam pelas boas relações com a Igreja.
"Ele e outros muitos querem ser cristãos e ao mesmo tempo membros do PSOE e querem que nenhuma das suas duas membresias fique sacrificada e foi nomeado ultimamente pelo PSOE como o encarregado de cultivar esta tendência", sublinhou.
As colocações não mudam
Durante o encontro com os meios, Dom Blázquez reiterou que a vontade de entendimento entre ambas as partes não significa que a Igreja Católica espanhola troque suas posturas e, portanto, suas discrepâncias com o Governo em questões sobre o uso do preservativo, o "matrimônio" homossexual ou a disciplina de Religião.
Sobre este último tema, Dom Blázquez Pérez reclamou o direito dos pais a escolher a educação de seus filhos em função de suas convicções. "Isto deve fazer-se viável de uma maneira normal", assinalou.
Sobre o projeto legal que tenta equiparar as uniões homossexuais ao matrimônio e que esta quinta-feira superou seu primeiro trâmite no Congresso dos Deputados, o Presidente do Episcopado se remeteu à passagem da Gênese, no que Deus cria homem e à mulher e os exorta a crescer e multiplicar-se. Assim, vinculou o matrimônio à procriação.
Entretanto, Dom Blázquez reiterou o "respeito" da Igreja à "dignidade" dos homossexuais advertindo que "sua diferença não pode ser pretexto para a discriminação".
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