ROMA, Apr 8, 2013 / 10:36 am
O sacerdote colombiano Pedro Acosta Roso dá assistência aos internos de Casal del Marmo, a prisão juvenil em que o Papa Francisco presidiu a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa e onde lavou os pés de doze jovens.
Em declarações ao grupo ACI, o sacerdote assegurou que a visita do Papa levou paz à prisão e espera que "seja para estes jovens uma lembrança significativa, forte e que nos momentos de dificuldade lhes ajude a fazer o discernimento necessário para escolher o bem".
O Padre Acosta foi um dos concelebrantes da Eucaristia que presidiu o Papa e lembrou os intensos momentos que se viveram esse dia.
O sacerdote colombiano nasceu em Sabana de Bogotá, mora há mais de 30 anos em Roma. É membro do Conselho Geral da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e acompanha o Pe. Gaetano Grego, capelão de Casal del Marmo, em seu trabalho ao serviço dos jovens em conflito com a lei ou em risco de delinquência.
O Padre Acosta conhece bem os doze detidos aos que o Papa Francisco lavou e beijou os pés durante o ritual do lava-pés que caracteriza a Missa de Quinta-feira Santa.
"Foi uma alegria receber o primeiro Papa latino, argentino, um dos nossos como se diz normalmente. E com ele se destaca a universalidade da Igreja, porque o Papa não tem que ser de uma nação em particular", referiu.
"Como latino, celebrar a Missa da Quinta-feira Santa com o Papa foi extraordinário, desde o momento de sua eleição foi uma alegria, porque quer dizer que a Igreja está viva. Às vezes parece que está morrendo na Europa, que só os idosos vão à Missa, que os jovens quase não se aproximam, que estamos em crise, que os templos se fecham… mas se olhamos o Oriente e Ocidente, vemos que a Igreja está viva, sofre, mas está viva", acrescentou.
Os jovens com quem o sacerdote trabalha, são acusados por roubo, agressão, uso e comércio de drogas e inclusive por homicídio. Mas o Pe. Acosta assegura que a caridade pode nascer da terra seca se esta é regada com carinho.
Neste sentido recordou uma anedota durante o lava-pés. Um dos detentos depois de ser beijado e lavado pelo Papa, deixou seus sapatos e suas meias de lado para ajudar o Papa a levantar-se, que por causa da idade estava com dificuldade.
"Foi um reflexo caridoso do rapaz, deixar suas coisas para ajudar o Papa", explicou emocionado.
O padre explica que como tiveram somente uma semana de preparação, o ambiente era um pouco tenso na prisão, mas finalmente, quando o Papa chegou, "somente a sua presença criou um ambiente de serenidade, de paz, e o tempo parou".
"A expectativa era muito grande. Por que o Papa escolheu esta casa? Por que o Papa quis lavar os pés a estes jovens? Por que o Papa com poucas palavras, mas com sinais que saiam de seu coração nos escolheu?", perguntavam-se todos.
Sobre as duas meninas que participaram do lava-pés, explicou que foram elas que pediram ao Pe. Gaetano para participar. O sacerdote fez o pedido e o Vaticano deu seu consentimento.
Esta experiência "de maneira particular tocou o coração feminino, e as meninas manifestaram com a alegria, as lágrimas, o sorriso e a esperança", assinalou o Pe. Acosta.
"Jesus falava com todos, idosos, jovens e crianças, e desta realidade formou a Igreja. Quer dizer, o povo de Deus está constituído por homens e mulheres. Também as mulheres têm necessidade.", considerou.
O sacerdote recordou que este rito não é um sacramento, mas "simplesmente uma lembrança", e esta "foi uma experiência que tocou o coração de todos". Os detidos falaram que o Papa "é muito bom, uma pessoa que transmite paz, e com o gesto fala mais que com o discurso", concluiu.
O grupo ACI entrevistou o Pe. Acosta na Casa Geral da Congregação dos Capuchinhos Terciários da Dolorosa, também conhecidos como Amigonianos, em honra ao sobrenome do seu fundador, o espanhol Luis Amigo.
A comunidade está formada por 400 membros, dentre eles há religiosos, religiosas e leigos presentes em toda a América Latina, Espanha, Itália, Filipinas, Alemanha e Polônia.
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