Vaticano, May 3, 2013 / 06:00 am
Ao celebrar na manhã de ontem a Missa na Casa Santa Marta, o Papa Francisco exortou que peçamos ao Espírito Santo que nos assista para ser uma Igreja, uma comunidade de amor, e que nos defenda da tentação de converter-nos em "puritanos".
Na Missa que concelebrou com o Cardeal Albert Malcolm Ranjith Patabendige, o Santo Padre assinalou que a Igreja "é uma comunidade do ‘sim’, e os ‘nãos’ são consequência deste ‘sim’. Peçamos ao Senhor que o Espírito Santo nos assista sempre para ser comunidade de amor, de amor a Jesus que tanto nos amou. Comunidade do ‘sim’ que nos faz cumprir os mandamentos. Comunidade de portas abertas".
Francisco fez votos também para que o Espírito Santo "nos defenda da tentação de converter-nos em puritanos, no sentido etimológico da palavra, de buscar uma pureza paraevangélica, uma comunidade do ‘não’. Porque Jesus nos pede antes de tudo o amor, o amor por Ele, permanecer sempre no seu amor".
Assim o indicou o Papa Francisco refletindo sobre os primeiros cristãos que não entravam em um acordo quanto à acolhida dos pagãos na Igreja.
"Era uma Igreja do ‘não: não se pode, não, não; não se deve’ e uma Igreja do ‘sim, mas…’. Se pensamos em algo positivo, abramo-nos, é o Espírito quem nos abre a porta", disse o Papa e explicou que é o mesmo Espírito Santo quem "faz sempre esse belo trabalho na história. E quando não o deixamos trabalhar, começam as divisões na Igreja, as seitas, todas estas coisas… porque nos fechamos à verdade do Espírito".
"Quando o serviço do Senhor se converte em um jugo muito pesado, as portas das comunidades cristãs se fecham: ninguém quer vir ao Senhor. Nós em vez disso acreditamos que pela graça do Senhor Jesus somos salvos. Primeiro está a alegria do carisma de anunciar a graça, logo já vemos o que fazemos".
Para o Papa, a Igreja é "a comunidade cristã do ‘sim’ que permanece no amor de Cristo e diz vários ‘não’ porque existe aquele sim. E este amor nos leva à fidelidade ao Senhor: ‘porque eu amo o Senhor não faço isto’".
Finalmente o Santo Padre disse que "quando uma comunidade cristã vive no amor, então confessa seus pecados, adora ao Senhor e perdoa as ofensas"; e assim tem "caridade para com os outros" e expressa "manifestações do amor" e experimenta a obrigação da "fidelidade ao Senhor de proceder como se diz nos mandamentos".
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